Nos últimos anos, Mato Grosso do Sul tem se destacado pela expansão da soja, com foco na recuperação de áreas degradadas. Segundo estudo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), a área cultivada com soja cresceu 155% entre 2009 e 2025, passando de 1,77 milhão para 4,52 milhões de hectares. A maior parte desse crescimento ocorreu em áreas já utilizadas para pastagens ou agricultura, com apenas 4% avançando sobre vegetação nativa.
De acordo com Flávio Aguena, assessor técnico da Aprosoja-MS, “o crescimento da soja no Estado é resultado de estratégias que conciliam competitividade e sustentabilidade”. Técnicas como o plantio direto (SPD), manejo integrado de pragas (MIP) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) têm sido fundamentais para garantir a sustentabilidade das lavouras. Essas práticas são essenciais para que os produtores mantenham sua competitividade, mesmo diante de desafios econômicos e de uma legislação ambiental rigorosa.
A soja tem um papel central na economia de Mato Grosso do Sul, representando 33% do Valor Bruto da Produção (VBP) do Estado. Somente em 2024, a atividade sojicultora movimentou R$ 45,8 bilhões, gerando 85% da arrecadação de ICMS no setor agropecuário. Além de contribuir significativamente para a economia, a soja também tem melhorado os índices sociais. Municípios produtores de soja apresentam os maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), refletindo melhorias na educação, saúde e qualidade de vida.
O Estado ainda tem grande potencial para continuar crescendo de maneira sustentável. Um estudo de 2024 revelou que o Brasil possui 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial para serem convertidas em áreas agrícolas. Desses, 4,3 milhões de hectares estão localizados em Mato Grosso do Sul. Essa conversão é considerada viável economicamente, com custo médio de R$ 5 mil por hectare, e reforça a importância de recuperar pastagens degradadas para aumentar a capacidade produtiva de forma responsável e sustentável.