O ex-presidente da Associação dos Criadores de Gado (Acrissul), Laucídio Coelho, denunciou ontem (27) durante assembleia geral para definir a data da eleição da diretoria da entidade, que “estão utilizando dinheiro dos associados para fazer campanha eleitoral mentirosa”, conforme informa a assessoria.
O ex-presidente da Acrissul, Laucídio Coelho diz que “a diretoria da Acrissul, liderada pelo candidato a reeleição Franciso Maia, gastou recursos da entidade para fazer propaganda enganosa, informando aos associados que a entidade teria “dívida zero”. A Acrissul ainda deve cerca de R$ 2 milhões para o INSS, para o Banco Bradesco e para a Prefeitura de Campo Grande, dentre outros credores”.
A reportagem do Capital News entrou em contato com o atual presidente da Acrissul, Chico Maia, para saber a posição dele em relação às declarações. “É uma declaração irresponsável de alguém que já foi vencido pelo tempo e que não entendeu que cada um tem a sua hora e o seu momento, e o tempo do senhor Laucídio passou, e ele não entendeu isso”, diz Chico.
“Quando ele fala da conta do Bradesco eu questiono a ele se a fazenda dele continua hipotecada ao banco porque quando eu assumi a fazenda dele era garantidora de uma dívida que ele contraiu do Bradesco no valor de R$ 600 mil. Eu negociei e quitei essa dívida, e ele sabe disso”, destaca Maia.
Conforme diz a nota enviada pela assessoria de Zeito, Laucídio afirmou durante a assembléia que nem mesmo o parcelamento com o INSS, realizado na sua gestão, está em dia. “Na internet não sai mais a certidão da Acrissul, se continuar assim a entidade pode perder a negociação que fizemos”, afirma Laucídio.
Chico Maia rebate a acusação dizendo que tais afirmações servem para demonstrar o caráter de Laucídio. “Quando ele (Laucídio) afirma que a Acrissul deve ao INSS: Nós recebemos a Acrissul com R$ 900 mil de dívidas criadas por má gestão dele. Nós reparcelamos a dívida e dividimos em 180 parcelas. Se você paga as parcelas em dia, como nós pagamos as 24 até agora, não tem dívida”, informa Chico.
O atual presidente da Acrissul Francisco Maia
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
“Eu e os associados estamos recebendo malas diretas mentirosas de uma campanha eleitoral de Chico Maia feita com recursos os da Acrissul. Estão mentindo para o produtor rural com esta conversa de dívida zero”, lamentou Laucídio Coelho, assinalando que não é só isso que não bate com a verdade. “Disseram que durante a última Expogrande aconteceu a comercialização de aproximadamente 30 mil cabeças de gado. Mas, o Iagro registrou apenas 9 mil cabeças. Para contar vantagem, estão triplicando o número de animais vendidos. Cadê o restante do gado, será que os animais entraram ilegalmente na nossa exposição?”, questionou.
Chico afirma que a acusação de Laucídio será resolvida na justiça. “A acusação que ele faz de que eu estou usando dinheiro da entidade para fazer campanha, ele vai responder na justiça. Porque a minha chapa é composta de homens de bem, homens sérios, e eu jamais iria fazer algo deste tipo para comprometer meu nome e das pessoas envolvidas, pois não é da minha índole”, rebate ele.
Laucídio também lembrou a recente aprovação do Código Florestal na Câmara Federal, informando que os “amigos” do presidente licenciado votaram contra o projeto ou nem compareceram para votar em apoio ao produtor rural. “Os deputados federais Vander e Biffi, assim como o líder do PT, Cândido Vaccarezza, que vieram a essa entidade, iludiram o produtor rural. A nota da Acrissul publicada no jornal agradece toda a bancada federal, escondendo dos associados quem foi contra e quem foi a favor”.
O atual presidente da Acrissul diz que “se Laucídio quisesse um conselho diria para ele participar de uma sessão de descarrego”. Chico compara a religião do espiritismo com Laucídio. “No espiritismo diz que quando o corpo morre o espírito não quer sair. Acabou o tempo dele na Acrissul e o espírito dele continua na Entidade”, compara Maia ao destacar que o local onde ele deveria ter feito aquela colocação não era ontem (durante assembleia) e sim no dia que nós prestamos conta ao conselho. Porque agora ele aparece querendo causar problema?”, questiona Chico.
Laucídio lamentou o fato de que uma das instituições mais antigas de Campo Grande estar sendo manipulada politicamente. “Ela deveria estar a serviço da classe produtora, lutando pelas nossas reivindicações, que são muitas. O problema maior da entidade é a politização partidária, que ela foi transformada. Ao longo destes 80 anos da Acrissul, nós sempre fomos pela política classista e nunca partidária. Isso atrapalha a nossa luta”, concluiu.
Para Chico Maia Laucídio se sente incomodado com o êxito da atual gestão. “Parece que o êxito da nossa gestão incomoda ele porque ele teve 20 anos há frente da entidade e nos deixou uma herança mal vista. Com dívida, abandono, falta de representatividade e de credibilidade desta entidade centenária”.
Chico lamenta a discussão e diz que a mesma deveria ter outro nível. “Lamentavelmente a discussão deveria ter outro nível e parâmetro. Laucídio não entendeu que o tempo dele já passou. Espero que ele não estrague a sua biografia, se é que tem”, rebate Chico ao finalizar: “Ele pode ter certeza que comigo o buraco é mais embaixo”.
Por Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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