O governo estadual homologou Situação de Emergência, válida por 90 dias, decretada pelas prefeituras de Maracaju e Laguna Carapã. Os fortes impactos econômicos da estiagem verificada entre novembro de 2008 e o mês de janeiro deste ano levaram o governador André Puccinelli a confirmar a condição crítica detectada pelas administrações municipais.
A homologação levou em conta o posicionamento favorável da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, com base em laudo da Fundação MS, e informações da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Sindicato Rural de Maracaju. O Diário Oficial do Estado traz na edição de hoje (10) os dois decretos homologatórios assinados pelo governador.
Em Laguna Carapã, o baixo índice pluviométrico comprometeu a safra agrícola de verão de forma irreversível e prejudicou as áreas de pastagens. No dia 13 de janeiro, a prefeitura decretou Emergência. A Defesa Civil estadual apurou que em novembro o município recebeu 124 milímetros de chuva, mas a grande concentração (117mm) aconteceu nos primeiros dez dias do mês. Em dezembro, foram só 18mm. “É uma quantidade inferior à média histórica identificada pela Embrapa”, explica o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Ociel Ortiz Elias.
A base da economia do município é o setor agropecuário, o que faz os prejuízos decorrentes da estiagem repercutir de imediato, gerando aumento de desemprego. O impacto foi sentido na produção de leite e derivados. A perda de 150 mil litros do produto gerou prejuízo de R$ 67,5 mil.
A falta de perspectiva atingiu também a soja, que registrou prejuízo de 40% na safra, o equivalente a R$ 60,4 milhões. Dos 80 mil hectares plantados, 32 mil foram prejudicados, uma perda de 86,4 mil toneladas.
No dia 26, foi a vez de Maracaju decretar Situação de Emergência. Novembro e dezembro registraram, respectivamente, 36 milímetros e 37 milímetros de chuva, muito abaixo das médias históricas de 165mm e 180mm. O governador reconheceu que o município também teve a agropecuária comprometida de forma irreversível pelo baixo índice pluviométrico. O resultado: reflexo negativo para o produtor rural e para a arrecadação municipal.
O comprometimento da safra levou a uma perda total de R$ 106, 237 milhões na agricultura e de R$ 32,3 milhões na pecuária. O maior prejuízo foi na soja: 103,6 mil toneladas, o equivalente a R$ 72,2 milhões. A cultura do milho foi impactada negativamente em 2,7 mil toneladas, perdendo R$ 810 mil. O algodão também foi prejudicado, perdendo R$ 810 mil por conta da quebra de 570 toneladas.
Além de homologar os decretos municipais, respaldando as ações das prefeituras junto ao governo federal, Puccinelli autorizou os órgãos da administração direta e indireta estadual a prestar apoio suplementar aos municípios, mediante articulação com a coordenação do Sistema Estadual de Defesa Civil. (Assessoria)