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Rural Quarta-feira, 04 de Março de 2009, 09:53 - A | A

Quarta-feira, 04 de Março de 2009, 09h:53 - A | A

Governo argentino anuncia acordo com produtores rurais

Da Redação

O ministro do Interior da Argentina, Florencio Randazzo, anunciou nesta terça-feira a assinatura de um acordo com os líderes agrários sobre a produção de trigo, leite e carnes, ao final de uma reunião que teve a participação da presidente Cristina Kirchner.

"Chegamos a um acordo", disse Randazzo, que manifestou a esperança do governo sobre "o fim do conflito para que todos os setores possam, finalmente, retomar sua vida econômica e trabalhar para superar este difícil momento, marcado pela crise internacional".

A ministra da Produção, Débora Giorgi, destacou que o acordo contempla distintos benefícios para a produção de trigo, leite e carne, e para as economias regionais.

Os dirigentes das quatro entidades agrárias, que reúnem mais de 250 mil produtores, destacaram a participação de Kirchner no encontro e consideraram que o acordo é mais um passo no caminho correto, mas não deram o conflito por encerrado.

"O conflito, de nenhuma maneira, está resolvido", disse Mario Llambías, representante dos poderosos criadores de gado do Pampa Úmido, o coração agropecuário argentino.

Eduardo Buzzi, líder dos pequenos e médios agricultores, assinalou que "os produtores não têm a sensação de que o conflito terminou. Não podemos dar isto por encerrado, como diz o ministro, apenas demos mais um passo".

O acordo estabelece, entre outros pontos, a eliminação dos impostos sobre as exportações de todos os produtos lácteos, compensações para a indústria de moagem, o envio de projetos de lei ao Congresso para promover o setor de carnes e melhorias na comercialização de produtos regionais.

O documento não menciona qualquer redução de impostos sobre as exportações de soja, um dos pontos fundamentais do conflito entre governo e produtores rurais.

Randazzo admitiu que a pressão fiscal sobre as vendas de soja ao exterior é um tema ainda em disputa, mas insistiu "na necessidade de que todos os setores entendam que o governo pretende manter o nível da atividade econômica e do emprego em um contexto mundial excepcional".

A Argentina figura entre os primeiros exportadores mundiais de farelo e óleo de soja, trigo, milho e soja, segundo o departamento americano de Agricultura.

O conflito entre os agricultores e o governo começou em março do ano passado e colocou em xeque a administração Kirchner, que teve sua aprovação reduzida de 55% para 20%, no pior momento, em julho passado, quando sofreu uma dura derrota no Parlamento sobre uma lei para aumentar os impostos sobre exportações agrícolas.

Os agricultores rejeitam principalmente a elevação das tarifas sobre as exportações de soja, especialmente diante de um cenário de forte queda da demanda e dos preços agrícolas e da seca que atinge o país.

A disputa causou uma sangria nas fileiras dos governistas no Parlamento, em um ano de renovação da metade da Câmara dos Deputados e de um terço do Senado, ambos atualmente controlados pelo "kirchnerismo". (Fonte: Agênica Efe)
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