A votação do novo Código Florestal é considerado um retrocesso pelas entidade que compõe o Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul (Formads-MS). Na avaliação do Fórum as mudanças na legislação ambiental visam unicamente satisfazer o agronegócio em detrimento da proteção do meio ambiente.
Segundo Haroldo Borralho, representante do Cedampo do Fórum, os ambientalistas não são contra o desenvolvimento da economia, mas que esse desenvolvimento não pode destruir a natureza, que é um bem de todos. “Infelizmente vemos hoje parlamentares se dobrando ao agronegócio e demonizando as organizações não-governamanteis. Quem foi responsável pela quase completa destruição das matas originais de Mato Grosso do Sul? Os ambientalistas?”
Para Haroldo, o retrocesso na legislação mostra o quanto o parlamento brasileiro é movido pela pressão dos interesses puramente econômicos. “Vê-se apenas o imediato, o lucro do proprietário rural. Quando a destruição do ambiente chega num ponto de calamidade, aí é dinheiro público que tem que resolver”.
“A mudança no Código Florestal é uma manobra do agronegócio, visa abrir brechas para detonarem o que ainda resta nas fazendas, ou eximir os proprietários rurais de suas responsabilidades, como é o caso da anistia”, diz.
Usinas nucleares – Outro tema levantado pelo Fórum, diz respeito à instalação de novas usinas nucleares no país, sendo que Mato Grosso do Sul está incluído na relação dos estados onde serão feitos estudos para a possível construção de uma usina. “O que está acontecendo no Japão, e já aconteceu em outros países, como na Rússia e nos Estados Unidos, mostra o quanto a questão das usinas nucleares é delicada. Por isso estamos pedindo aos parlamentares do estado que se manifestem a respeito”.
Diante de assuntos polêmicos é imprenscidível que os parlamentares da bancadas federal (senadores de deputados) venham á publico e se manifestem á população sulmatogrossense.
O Formads decidiu em reunião, solicitar através de ofício a opinião de cada parlamentar em relação aos temas e tornar público os mesmos.
Fórum de Meio Ambiente de MS cobra de parlamentares posição sobre Código Florestal e usinas nucleares:
As entidades do Fórum vão cobrar e divulgar a posição dos parlamentares de Mato Grosso do Sul sobre os temas. “Os parlamentares representam o conjunto da sociedade e não só o agronegócio.
Na hora de pedir voto, procuram os trabalhadores, os estudantes, os ambientalistas. Todos se dizem compromissados com a causa ambiental. Mas na hora do voto, votam nos interesses do agronegócio e não da sociedade como um todo. Por acaso a sociedade de Mato Grosso do Sul se resume ao latifúndio?”, questiona Haroldo.
Ele afirma também que as entidades vão passar a apontar publicamente o discurso contraditório dos parlamentares. “É muito oportunismo. Chegam a assinar, em época de eleição, documentos públicos em que mostram compromisso com o meio ambiente. Depois de eleitos, é outra história. A partir de agora vamos mostrar para a sociedade quem é quem”.(Com Assessoria)