Campo Grande Quinta-feira, 18 de Abril de 2024


Reportagem Especial Sábado, 06 de Agosto de 2022, 08:52 - A | A

Sábado, 06 de Agosto de 2022, 08h:52 - A | A

Reportagem Especial

Tatuagem no braço é o recomeço após 15 internações para tratar depressão

As idas e vindas a clínica psiquiátrica foram fundamentais para o tratar a doença

Renata Silva
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

Tatuagem no braço é o recomeço após 15 internações pra tratar depressão

A tatuagem representa o recomeço de uma história

A tatuagem de uma cruz que o empreendedor de 23 anos João Victor Munhoz fez no braço esquerdo representa o recomeço de uma história. Após 15 internações em uma clínica psiquiátrica que é Pública e Particular em Campo Grande aceitou a depressão e entendeu que para tratar a doença precisaria de acompanhamento profissional.

"Tem dias que não estão legais, mas não como era antes, pesado"

 

Com ajuda médica psiquiátrica e terapia com psicóloga em dia o jovem fala que nunca se sentiu tão bem. Já faz oito meses que ele cumpre à risca o tratamento “estou tomando a minha medicação certinho, até diminuiu e eu não tenho nada. Tem dias que não estão legais, mas não como era antes, pesado”. Explica.


De família simples, João nasceu num lar tranquilo, foi criado pela tia Maria Lúcia e pela avó Petronilha. O jovem conta levou um tempo para entender que sofria de depressão, ele detalha que teve uma infância com muito amor e não se lembra de nesse período ter passado por alguma situação que desencadeasse sintomas da doença.

"Eu estava muito angustiado e só queria parar aquela dor,"

 

Segundo o empreendedor os episódios de vazio, dor peito, crise de pânico e tristeza profunda começaram após o término de um relacionamento em 2019. “Eu estava muito angustiado e só queria parar aquela dor, foi aí que eu tentei a primeira vez suicídio. Tomei vários remédios e fui parar hospital, no outro dia o psiquiatra falou precisava internação”, detalha João.

Acervo pessoal

Tatuagem no braço é o recomeço após 15 internações pra tratar depressão

João Victor depois de iniciar o tratamento "Tem dias que não estão legais, mas não como era antes, pesado", pontua


Ai começava a jornada de internações no hospital psiquiátrico, o jovem relembra que neste ano não sabia que estava doente e por isso não aceitava o fato de estar internado. O preconceito e a vergonha o acompanharam por algum tempo até entender que passar pela clínica psiquiátrica, aceitar ajuda, era parte do processo de tratamento.

A cada internação o empreendedor ficava cerca de 20 dias, internado, entre os motivos que fizeram com que ele retornasse 15 vezes foi a dificuldade em seguir com o tratamento. Com o tempo o jovem começou a compreender a própria história e se abriu ao tratamento e pela primeira vez relatou momentos que havia passado na vida e que só ele conhecia.

As idas e vindas a clínica foram fundamentais para o diagnosticado e tratamento da depressão. Além da doença, João foi diagnosticado com transtorno de boderline, um problema de saúde psicológico e psiquiátrico, em que o acometido apresenta uma personalidade com um padrão de instabilidade constante do humor e do comportamento, com mudanças de atitude súbitas e de forma impulsiva.

Acervo pessoal

Tatuagem no braço é o recomeço após 15 internações pra tratar depressão

João Victor e a família

 

O jovem hoje agradece por ter sobrevivido e a família por estar bem hoje, ele fala que tudo o que passou serviu de aprendizado. “Hoje estou bem Graça a Deus, eu estou vivendo o hoje e tudo o que passei foi aprendizado. Tenho que agradecer minha irmã mãe Principalmente minha avó Petronilha”, pontua.

João diz que a terapia foi fundamental nesse processo para que a cada dia se sentisse melhor, ele já foi convidado para compartilhar a sua história com outras pessoas. “Elas não estão sozinhas, tem saída e a principal é o amor da família e de amigos”, completa.

Serviço
O SUS (Sistema Único de Saúde), possui unidades de urgência e emergência para atendimento a pacientes que precisam de ajuda. Em casos de ansiedade, depressão, dependência de drogas e outros problemas relacionados à saúde mental procure um desses endereços:

• Caps III Aero Rancho
Endereço: Avenida Raquel de Queiroz, s/n – Aero Rancho
Telefones: (67) 3314-6415 / (67) 2020-1899
Horário de Atendimento: segunda à sexta-feira das 07h às 17h

• Caps III “Afrodite Dóris Contis”
Endereço: Rua 7 de Setembro, 1.979 – Esquina com Rua Bahia – Jardim dos Estados
Telefones: (67) 2020-1897
Horário de Atendimento: segunda à sexta-feira das 07h às 17h.

• Caps II “Marley Maciel Elias Massulo” – Vila Margarida
Endereço: Avenida Manoel da Costa Lima, 3272 – Bairro Guanandi
Telefones: (67) 3314-3144 / (67) 2020-1895 – Recepção
Horário de atendimento: Atendimento 07:00 hs às 19:00 hs (para acolhimento)

• Caps III Vila Almeida
Endereço: Rua Marechal Hermes, 854 – Vila Almeida
Telefone: (67) 2020-1714 – (67) 2020-1715

• Caps Infanto-Juvenil III “Dr. Samuel Chaia Jacob”
Endereço: Avenida Manoel da Costa Lima, 3272 (Antigo CRS Guanandy)
Horário de Atendimento: 24 h

• Centro de Apoio Psicossocial Pós Trauma
Endereço: Rua Marechal Hermes, 854 – Vila Almeida
Telefones: (67) 2020-7021 / (67) 2020-9963
Horário de Atendimento: 07h às 11h e 13h às 17h

• Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III “Fátima M. Medeiros”
Endereço: Rua Teotônio Rosa Pires, 19 – São Bento / Esquina com a Rua José Antônio, duas quadras acima da Av. Fernando Correia.
Telefone: (67) 3314-3756 / (67) 2020-1903 / (67) 2020-1904

Comente esta notícia

Iara 13/09/2022

A depressão é silenciosa, a morte por suicídio nos espreita por onde vamos. Quem não tem a doença nos intitula como egoístas , preguiçosos, etc... Mas a única coisa que queremos é parar a dir violenta do vazio que existe.

positivo
0
negativo
0

1 comentários

1 de 1

Colunistas LEIA MAIS