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Reportagem Especial Sábado, 14 de Janeiro de 2023, 13:46 - A | A

Sábado, 14 de Janeiro de 2023, 13h:46 - A | A

Reportagem Especial

Janeiro Branco: Campanha reforça cuidados com saúde mental

Dos primeiros sinais ao tratamento, o apoio da família é fundamental, diz especialista

Elaine Oliveira
Capital News

Acervo pessoal

Janeiro Branco: Campanha reforça cuidados com saúde mental

Rosemeire e o filho único Valmir de 17 anos

“Ele tremia tanto, mas tanto que nem conseguia parar em pé”

“Ele tremia tanto, mas tanto que nem conseguia parar em pé”, esse é um dos sintomas que a dona de casa Rosemeire Lino Alves do Nascimento, de 49 anos, relembra ao contar o que o filho de 17 anos passou em casa. Ele sofre de ansiedade e os tremores começaram assim que ele soube que voltaria a estudar presencialmente, o alerta que a mãe precisava para procurar ajuda médica.

 

A família veio de Recife, em Pernambuco, para Mato Grosso do Sul e estão há dois anos em Anastácio, interior do Estado. A Rosemeire conta que o Valmir Agostinho Júnior é um adolescente tímido, e que desde criança, apresentava alguns sinais de ansiedade, mas nenhum episódio foi tão grave ao ponto de assustar a mãe pai do jovem. “Quando ele era criança, 7 ou 8 anos e a gente ia viajar por exemplo, ele ficava sem comer, às vezes sem dormir, mas nada além disso”, completa.

Acervo pessoal

Janeiro Branco: Campanha reforça cuidados com saúde mental

Jovem sempre foi tímido e desde criança apresentava sintomas de ansiedade


O jovem foi diagnosticado com transtorno de ansiedade e então iniciou o tratamento psiquiátrico e psicológico. Há um ano a mãe traz o filho para Campo Grande para fazer acompanhamento, ela detalha que o marido sempre foi contra o tratamento, chegou a falar “eu trato ele pode deixar”, mas hoje não só entende como apoia. “O olhar da família é fundamental para ajudar no processo de tratamento”, enfatiza.

Neste mês, a campanha Janeiro Branco chama a atenção para os cuidados que as pessoas devem ter com a saúde mental e emocional. O objetivo da ação é conscientizar a população para que sejam eliminados os tabus e paradigmas sobre o tema, que podem comprometer diagnósticos e tratamentos.

Diante de mudanças cada vez mais desafiadoras e aceleradas que exigem novas atitudes, novas habilidades, novos entendimentos e novos comportamentos, o tema desse ano é: Branco é A VIDA PEDE EQUILÍBRIO!
 Juntos, a gente consegue levar essa mensagem ao mundo!

Acervo pessoal

Janeiro Branco: Campanha reforça cuidados com saúde mental

Os cuidados com a saúde mental devem abranger várias áreas da vida, diz psicóloga Giseli Oliveira


A psicóloga especialista em terapia comportamental Giseli Oliveira destaca que os alertas de que a saúde mental não vai bem são bem claros e que o autoconhecimento é fundamental para lidar com os desafios diários. Através dele, destaca ela, é possível conhecer nossas limitações e nossas forças, isso possibilita saber quando avançar e quando parar ou pedir ajuda.

"Algumas adversidades
são inevitáveis"

 

A psicóloga fala ainda que os cuidados com a saúde mental devem abranger várias áreas da vida. Os fatores como alimentação, sono saudável, meditação, bom convívio social e exercício físico influenciam diretamente na liberação dos hormônios: serotonina, endorfina, dopamina e oxitocina, responsáveis pelo bem-estar, motivação, satisfação, afetividade e energia. “Algumas adversidades são inevitáveis, nos pegam de surpresa e precisamos de resiliência para superá-las”, comenta.

Giseli enfatiza que a pessoa equilibrada emocionalmente reduz seu nível de estresse e ansiedade porque toma decisões mais conscientes, não ficando refém de pessoas nem circunstâncias. Para isso a psicóloga fala que é necessário priorizar a transformação e elevação pessoal, do mesmo modo que encaramos uma academia e mudança alimentar para eliminar peso, é necessário uma mudança interior para eliminar velhos conceitos e crenças que nos condicionam a repetir comportamentos disfuncionais.

 

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A Rosemeire fala que após o tratamento o filho não apresentou mais sintomas de ansiedade e que a relação com o filho mudou. "Antes de tirar um abraço, um Eu te amo do meu filho era impossível, na verdade ele dizia que não conseguia. Hoje, ele me beija, me cheira e diz o tempo todo que me ama”, finaliza.

Acervo pessoal

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A relação com meu filho mudou cem por cento após a terapia, conta mãe

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