A intoxicação de mais 180 crianças na Escola Municipal de Tempo Integral Iracema Maria Vicente, no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande, é alvo de debate entre vereadores, nesta manhã, na Câmara dos Vereadores.
Os vereadores questionam, por exemplo, o uso da salsicha na merenda. Houve até quem sugerisse uma CPI para investigar a empresa que fornece alimentos para as escolas.
Como forma de precaução a prefeitura mandou suspender o uso de salsicha e ovo na merenda em escolas da rede municipal de ensino.
As escolas devem receber ofícios com a nova determinação.
O vereador Paulo Pedra (PDT) afirma que a salsicha não é o produto mais adequado para se servir nas escolas.
Ele mencionou que pesquisas já apontaram a relação entre o consumo de salsicha e o aparecimento de câncer no pâncreas e colo retal.
Conforme Pedra, há estudos que apontam que a salsicha seria tão prejudicial quanto o cigarro.
Outro vereador, Loester Nunes (PDT) que é médico disse em aparte que é preciso ter cuidado ao mencionar a relação entre alimentos e doenças.
“Não é porque comeu salsicha que vai dar um câncer”, disse.
O presidente da Câmara Paulo Siufi (PMDB) disse ter entrado em contato com especialistas que visitaram a escola após o ocorrido que teriam relatado que há mais chances da intoxicação ter origem na alimentação do que na água.
Conforme Siufi, a prefeitura só serve salsicha para as crianças de 12 em 12 dias. Ele mencionou que a prefeitura afirma seguir todas as normas técnicas da Vigilância Sanitária para o armazenamento de alimentos.
O vereador Clemêncio Ribeiro (PMDB) chegou a propor a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a empresa que fornece os alimentos para as escolas.
Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura reiterou ter suspendido o uso de salsicha e ovo na merenda até a segunda ordem.
A prefeitura não pretende tecer comentários sobre o pedido de abertura de CPI, mesmo porque ainda aguarda o laudo que apontará as causas da intoxicação.
Os primeiros sinais da intoxicação começaram por volta das 14 horas da terça-feira, dia 27, quando as crianças entre 5 e 10 anos começaram a vomitar.
A Vigilância Sanitária recolheu amostras do almoço servido, da comida estocada e da água da escola.
O prefeito determinou que fosse registrado um Boletim de Ocorrência para que a investigação extrapole as análises técnicas.
Ainda não foi descartada a hipótese de sabotagem.
Na escola estudam 591 crianças do 1º ao 5º ano.