A prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet, chamou de “descompasso momentâneo do senador” as denúncias feitas por Valter Pereira durante a realização das prévias para eleger o candidato do PMDB na disputa ao Senado deste ano, realizadas em 7 de março.
Valter declarou abertamente saber de compra de votos feitas pelo adversário, deputado federal Waldemir Moka, e de pressão aos funcionários públicos por parte da primeira-dama e secretária municipal de Assistência Social de Campo Grande, Antonieta Trad, e do marido de Simone, Eduardo Rocha.
“Chegou ao meu conhecimento que pessoas estão sendo pressionadas por parte da primeira dama de Campo Grande e do ‘primeiro damo’ de Três Lagoas”, referindo-se a Antonieta Trad e Eduardo Rocha, esposa de Nelsinho Trad e marido da prefeita Simone Tebet. Eduardo é também presidente do PMDB em Três Lagoas. Valter disse ainda que “isso [a compra de votos que afirma ocorrer] pode comprometer o resultado e macular a vontade do eleitor”, declarou o senador na ocasião, à imprensa.
Para Simone, que conversou com o Capital News, via telefonema, “o assunto já estava até esquecido”. “Acho que as urnas falam por si. Ele perdeu em 70 municípios. Eu atribuo isso [declarações] a um descompasso momentâneo do senador. O Valter Pereira é um grande companheiro. Se ele quiser contestar [o resultado], é um direito dele. Só posso dizer, pessoalmente, da amizade que tenho por ele, dentro da minha casa. Por serem, ambos, filhos políticos do meu pai [Ramez Tebet, ex-senador e ministro]. O Valter é contemporâneo, tão antigo quanto, meu pai, mas, o sucedeu como senador após seu falecimento.”
Simone complementa afirmando que acredita que Valter e Moka tiveram condições iguais. “São palavras de um político que entrou numa disputa que pensou que poderia ganhar. E poderia mesmo. Porque tem um currículo brilhante. Mas, não venceu. Mas, pode estar certo, de que estaríamos unidos seja com quem for que tivesse vencido.”
Sobre a primeira-dama da Capital
O prefeito Nelsinho Trad também contemporizou as falas do senador sobre sua mulher. “Não existe isso. Faz duas semanas que ela [Antonieta] está falando sobre esse 'tititi'. Ela agiu com a maior lisura, sempre respeitou todas as opções. Isso foi no calor do momento da eleição, o Valter é um companheiro, grande nome do PMDB, mas é claro que em toda eleição vai sair uma canelada”. Os comentários foram durante evento da Prefeitura no dia posterior às acusações do senador.
Dia 18, no evento de abertura da 72ª Expogrande, Valter disse que, por enquanto, não pretende entrar com pedido dentro do PMDB para rever o resultado.Ele afirma que, no momento, não tomará “nenhuma atitude” solicitando revisão do resultado das prévias.
“Só vou falar sobre esse assunto no momento que eu tomar atitude. E vou tomá-la no momento apropriado. A gente, sempre que toma uma atitude, tem que tomar no momento ideal. E vou tomá-la no momento em que achar que estou maduro”, disse à imprensa.
Resultado
Com 69% (10.501) contra 30% (4.548) dos 15.213 votos o deputado federal Waldemir Moka venceu a disputa com o senador Valter Pereira pela preferência dos peemedebista para quem representará o partido na disputa por uma vaga ao Senado em 2010. Os que votarram em branco ou nulo somaram 1%.
A apuração foi finalizada por volta das 18h40 do dia 7 (mesmo da eleição), no diretório estadual do partido. Marcada por discussões e denúncias, as eleições realizadas neste domingo (7), em todo o Estado reuniu 33,08% dos 45.992 militantes aptos a votar.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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