Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2007, 10h:09 -
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PTB de MS tenta se livrar de dívida calculada em R$ 1,8 milhão
Willams Araújo/Conjuntura Online
O PTB de Mato Grosso do Sul está tentando se livrar na Justiça de uma dívida calculada em R$ 1,8 milhão, em valores corrigidos, cuja herança foi deixada pelo deputado federal Antônio Cruz, hoje presidente regional do PP.
A dívida refere-se a gastos com a agência ZN Publicidade e foi contraída à época em que Antônio Cruz disputou a prefeitura de Campo Grande nas eleições de 2004, vencida no primeiro turno por Nelsinho Trad (PMDB).
“Na verdade, a dívida girava em torno de R$ 1,2 milhão, mas hoje está entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões”, revelou ao site Conjuntura Online o tesoureiro regional do PTB, Ivan Louzada.
Ele disse que a executiva do PTB já recorreu na tentativa de se livrar do débito, por entender que não tem nada a ver com isso, já que Cruz apenas usou o CGC do partido, à época.
O contrato com a empresa, segundo o dirigente, foi assinado pelo então candidato a vice-prefeito na chapa do deputado, Luiz Pedro Guimarães, à época vice-presidente da comissão provisória regional do PTB.
Apesar do gasto “astronômico” com a empresa de publicidade, Cruz amargou derrota frustrante na disputa pela prefeitura da Capital, ficando na quarta colocação entre os cinco concorrentes ao cargo, com apenas 23.952 votos ou 6,26% do total apurado. Ele superou apenas Suel Ferrante do nanico PSTU, que recebeu 4.675 votos (1,22%).
Hoje dirigente do partido malufista, Cruz ficou atrás de Nelsinho Trad, que obteve 213.195 votos (55,70%), e dos deputados federais Vander Loubet (PT) – 87.981 votos (22,99%), e Dagoberto Nogueira (PDT), 52.929 ou 13,83% do total apurado.
Dízimo
Ivan Louzada garantiu que fora essa pendenga judicial, o PTB está com suas finanças em dia, pois já quitou algumas dívidas trabalhistas herdadas pelo presidente regional e suplente de senador Antônio João Hugo Rodrigues.
Segundo ele, para se manter, o partido baixou uma resolução em julho deste ano estabelecendo uma cota de R$ 25 a ser paga pelos membros das 60 comissões provisórias municipais.
O “dízimo” daria, conforme os cálculos do dirigente petebista, R$ 275 por comissão provisória. “Cada comissão provisória tem 11 membros e se todos pagarem certinho os R$ 25 teremos uma renda de aproximadamente R$ 12,500 mil por mês”, calculou.
Ao mesmo tempo em que tentam sair desse “abacaxi”, os petebistas se preparam para participar das eleições municipais do ano que vem. O partido, que também foi vítima da investida do governador André Puccinelli (PMDB), que tirou prefeitos e vereadores dos quadros da legenda, planeja chegar ao pleito fortalecido, mesmo porque comanda atualmente apenas duas prefeituras – Selvíria e Inocência.
Com a investida, o PTB, que elegeu 9 prefeitos em 2004 está resumido a apenas José Arnaldo Ferreira de Melo (Inocência) e José Dodo da Rocha (Selvíria).
Deixaram o partido Felipe Orro (PDT), de Aquidauana; Jocelito Krug (PMDB), de Chapadão do Sul; Cláudio Valério (PMDB), de Anastácio; Ildo Furtado (PSDB), de Figueirão; Donato Lopes (PSDB), de Rio Brilhante; Umberto Machado Araripe (PP), de Bodoquena; e Genivaldo Medeiros dos Santos (PR), de Taquarussu.
O partido também tinha em seus quadros, além dos 9 prefeitos, 132 vices e 81 vereadores e, atualmente, conta entre 20 a 25 vereadores e 4 vices.