Lula estará onde quiser durante a campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República. A informação é do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que concedeu entrevista na noite dessa quinta-feira (26) ao Programa Tribuna Independente , da Rede Vida, repassado pelo Jornal Correio Brasiliense nesta quinta. “A candidata obedecerá ao que for estipulado no conselho dos partidos, mas que não venham pedir o mesmo para o presidente Lula. Ele irá aonde quiser. Afinal, não é nem candidato. É presidente da República”, sentenciou Dutra, ao veículo.
Conforme recomendação da cúpula do partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem total liberdade para apoiar sem restrições os petistas que disputam governos estaduais contra adversários peemedebistas, como acontece aqui em Mato Grosso do Sul, com José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca do PT) e André Puccinelli encabeçando o pleito.
Ao Correio, o secretário-geral do partido, José Eduardo Cardozo, comenta: “Ele, Lula, é presidente da República. O que querem? Que a gente mande no presidente da República?! Não é possível a gente querer dar ordens ao presidente da República.”
Há poucos dias, Lula teria dito que não iria a estados onde dois palanques estivessem postos para sua indica à sucessão presidencial. Mas, de acordo com apurado pelo Correio, “há um receio de que Lula termine levado a eventos públicos ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que disputará a reeleição”. Eles dizem “Wagner é amigo do presidente de longa data e Lula foi inclusive um dos entusiastas da campanha ao governo baiano em 2006. No mesmo patamar está o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul”.
Essas informações podem indicar a vinda dele para cá, já que peemedebistas e membros dos aliados de longa data, PSDB, DEM e PPS, acreditam que André quando obrigado legalmente acenará apoio a José Serra (PSDB), acabando de vez com a ainda possível construção de dois palanques para receber a ex-ministra-chefe da Casa Civil em Mato Grosso do Sul.
André ainda se mostra fugidio às perguntas sobre a aliança em nível nacional. Mas, como apoiar Dilma seria o mesmo que lançar uma terceira candidatura ao governo do Estado – a da senadora e vice-presidente nacional dos tucanos, Marisa Serrano (para garantir palanque a Serra) – o governador pode sinalizar mesmo na direção de Serra, evitando uma ameaça a mais para sua tentativa de reeleição.
Lula possui ótima situação nas pesquisas sobre sua popularidade. Apesar de escândalos como o do Mensalão do Congresso – em que deputados recebiam dinheiro em forma de mesada de petistas para votarem favoráveis a projetos da Presidência –, o primeiro operário a chegar à Presidência possui 76% no índice das pessoas que acham seu governo ótimo ou bom, segundo o Datafolha (pesquisa de 28 de março). Ou seja, estar a seu lado fisicamente na campanha tende a significar grande possibilidade em aumentar as chances de votos.
Outros Estados
“Nos dois casos, quem fica alarmado com a hipótese de Lula aparecer para defender os petistas é o PMDB”, alerta o próprio Correio Brasiliense. Na Bahia, Geddel Vieira Lima e, no Sul, José Fogaça, seriam os mais ameaçados.
Mais da metade dos deputados do PMDB do Rio Grande do Sul apóiam Serra já que, assim como aqui, não há convívio entre os dois partidos. Se Lula ir para a campanha de seu ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, a despeito de Fogaça (PMDB) reforça o afastamento até em nível nacional entre os petistas e peemedebistas dali.
Toda definição sobre o que Dilma deve fazer nos palanques estaduais devem vir após encerradas as convenções partidárias, no começo de julho.
Os estados onde podem existir dois palanques para a presidenciável são: Rio Grande do Sul, com Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB); São Paulo, com Aloizio Mercadante (PT) e Paulo Skaf (PSB); Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (que é candidato numa aliança entre PT e PMDB) e Anthony Garotinho (PR); e Bahia, com Jaques Wagner (PT) e Geddel Vieira Lima (PMDB).
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)