Apesar de a discussão ter começado no ano passado, o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, junto com lideranças do setor, protocolou somente nesta sexta-feira (13) um documento no Tribunal de Contas (TCE) pedindo o adiamento da abertura das propostas das empresas interessadas em fazer a coleta de lixo e a construção de aterro sanitário em Campo Grande.
O ofício também foi entregue ao promotor de Justiça Eduardo Cândia, da 26ª Promotoria do Meio Ambiente, e à Prefeitura Municipal de Campo Grande. O documento é assinado pela Fiems, Federação do Comércio (Fecomércio), Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL), Conselho Regional de Engenharia (Crea-MS), Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) e outras entidades.

Sérgio Longen protocolou o documento nesta sexta-feira
Foto: Divulgação/Fiems
Sérgio Longen está encabeçando um movimento contra a licitação. Ele alega que o assunto não foi debatido com o setor produtivo e quer que a Prefeitura abra um fórum, semelhante ao adotado na Rio+20.
Para o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, não é coincidência o fato de a ação da Fiems vir em um período eleitoral. "Nós estamos em época de campanha, normal acontecer esse tipo de coisa”, disse.
Em entrevista coletiva durante a entrega de viaturas para o combate à dengue, nesta sexta-feira, ele afirmou que a audiência pública do dia 28 de dezembro de 2011 foi aberta à população e às entidades interessadas, lembrou da consulta pública aberta por mais de 30 dias, e descartou qualquer possibilidade de adiar a abertura das propostas da licitação para gerenciar o lixo.
Nelsinho afirmou ressaltou ainda que todas as empresas interessadas tiveram oportunidade de participar da licitação.
Às vésperas do período eleitoral, dois pré-candidatos da oposição já haviam questionado a licitação do lixo: o vereador Athayde Nery (PPS), candidato a vice-prefeito, e o deputado federal Vander Loubet (PT), prefeitável.
A licitação do lixo deve render à empresa vencedora R$ 5 milhões por mês. O contrato é por 25 anos, prorrogável por mais dez.

Empresa vencedora irá receber R$ 5 milhões por mês; contrato é por 25 anos
Foto: Deurico/Capital News