O ex-governador Zeca do PT afirmou que a operação Decoada, deflagrada pela Polícia Federal em Corumbá, foi uma ação orquestrada, sem fundamento. “Acho que foi um carnaval de todos eles, inclusive do Ministério Público”, disse. Ele concedeu entrevista nesta sexta-feira ao lado do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), no Novotel, em Campo Grande.
Zeca não quis citar nome de quem, segundo ele, estaria comandando a ação. Ele disse apenas, e repetidas vezes, que a imprensa sabia de quem ele estava falando.
O ex-governador não tem uma boa relação com alguns promotores do Ministério Público Estadual. Após deixar o governo, ele foi alvo de várias ações do MPE, que chegou a apontar o ex-governador como chefe e beneficiário de um esquema de desvio de dinheiro público por meio de pagamento a serviços de gráficas e de agências publicitárias que nunca foram executados.
Na época (2009), Zeca disse ser perseguido pelo órgão e acusou membros do MPE de terem instalado grampos (escutas) em seus telefones.
Corumbá é administrada pelo petista Ruiter Cunha. O PT tenta manter o comando do município e lançou como pré-candidato o deputado Paulo Duarte.
Berzoini
Ponderado, Berzoini afirmou que as denúncias e indícios de corrupção em Corumbá não afetam diretamente a estratégia eleitoral do PT no município, que tudo deve ser apurado e que a Polícia Federal tem um papel decisivo para combater os crimes.
Na operação Decoada, a Prefeitura de Corumbá chegou a ser fechada e quatro pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no grupo criminoso que atuava na administração municipal. Entre os detidos estavam o secretário de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa, e o assessor especial Carlos Porto. Todos estão soltos.
Ex-presidente do PT, Berzoini afirmou que investigação não interfere na estratégia eleitoral do partido
Foto: Deurico/Capital News
Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi criada na Câmara Municipal para investigar possível improbidade administrativa na prefeitura. A criação da comissão foi provocada pelo MPE.
Por meio de um comunicado à presidência da Casa de Leis, o promotor de Justiça Luciano Anechini Lara Leite informou ter apurado favorecimentos a empresas, direcionamento e fraude em licitações, uso de documentos falsos e falsidade ideológica em contratos firmados pela prefeitura.
