A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira aprovou nesta terça-feira (29) a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da construtora Delta em todo o país.
“Essa não é só uma CPMI do Cachoeira, ela passa a ser também da empresa Delta e de suas relações com outros agentes públicos e privados”, disse ao site governamental Agência Brasil o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Ele é um dos autores de requerimentos para a quebra de sigilo da empresa.
Os parlamentares pretendem checar as movimentações financeiras da empresa e as relações dela com agentes públicos, em especial funcionários de alto escalão de governos estaduais.
Antes, a CPI havia aprovado a quebra dos sigilos apenas nos Estados da região Centro-Oeste, poupando a investigação sobre a empresa em outras unidades da Federação e sobre o presidente licenciado da construtora, Fernando Cavendish.
A Delta é suspeita de envolvimento em organização criminosa comandada por Cachoeira. A empresa é a que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.
Na votação, o PT e o PMDB racharam. Petistas apoiaram a quebra dos sigilos, enquanto o PMDB foi contra. No entanto, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) acompanhou os peemedebistas e deu voto contrário.
Vaccarezza havia sido foi flagrado no último dia 18 enviando mensagem de texto ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sugerindo suposta blindagem na comissão.
Os membros da comissão chegaram a analisar a proposta de convocação de Cabral e dos governadores de Goiás, Marconi Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para esclarecerem os contratos da Delta com os seus governos.
Só que um questionamento sobre se a CPMI tem prerrogativa para convocar governadores fez com que o presidente da comissão mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), retirasse o requerimento de pauta.
A reunião da CPMI será retomada amanhã (30), quando os parlamentares irão analisar pedidos de quebra de sigilos de deputados flagrados por escutas telefônicas da Polícia Federal em conversas suspeitas com Cachoeira e outros membros da organização criminosa.