Os documentos entregues pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o pagamento de propina por meio de notas frias, em troca da concessão de incestivos fiscais em Mato Grosso do Sul, passarão por certificação digital.
O intuito, segundo a Comissão da Assembleia Legislativa, é garantir o sigilo das investigações. De acordo com o secretário de Estado de Fazenda Marcio Monteiro, “a marca digital atesta que os documentos saíram da Sefaz e são utilizadas somente nesses arquivos, justamente para que haja mais segurança”, afirmou o secretário.
Monteiro confirma que mais de 2,4 mil páginas de documentos já foram entregues aos deputados estaduais, divididos em 80 volumes, com mais de 30 páginas cada.
Os documentos entregues pela Sefaz serão confrontados com os que serão entregues pela J&F, grupo controlador da JBS. Na tarde de ontem (3), a defesa dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, solicitaram mais 45 dias de prazo para remeter os documentos à CPI.
O pedido de dilação será analisado, nesta quarta-feira (4), pelos deputados Paulo Corrêa (PR), Eduardo Rocha (PMDB), Flávio Kayatt (PSDB), Paulo Siufi (PMDB) e Pedro Kemp (PT), integrantes da CPI.
Denúncia
Em delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os executivos da empresa denunciaram o pagamento de notas fiscais sem o devido fornecimento de bens ou serviços como contrapartida para conseguir as isenções junto ao governo do estado. De acordo com os empresários, as notas, que somam valores superiores a R$45 milhões.