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Política Terça-feira, 28 de Setembro de 2021, 08:59 - A | A

Terça-feira, 28 de Setembro de 2021, 08h:59 - A | A

Passaporte Covid

Audiência pública termina com bate boca entre secretário e manifestantes

Projeto prevê utilização do Passaporte da Vacina em locais públicos e eventos na Capital

Elaine Silva e Lethycia Anjos
Capital News

Divulgação/CMCG

Audiência pública termina com bate boca entre secretário e manifestantes

Audiência aconteceu nesta segunda-feira

Audiência Pública realizada nesta segunda-feira (27) na Câmara Municipal de Campo Grande para debater a viabilidade do Passaporte da Vacina, gerou confusão e precisou ser encerrada mais cedo para conter os ânimos dos parlamentares e manifestantes. Durante seu discurso o Secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, enfatizou a importância da vacinação e chamou os grupos contrários a vacina de ‘’fascistas’’. 

Reprodução

Audiência pública termina com bate boca entre secretário e manifestantes

Secretario de saúde Geraldo Resende

 

“Muitas vidas foram salvas, inclusive daqueles que querem interditar o debate, aqueles que pedem liberdade, são os mesmos que pedem para interditar o STF, que pedem intervenção militar, jogam no ralo todo os esforços e trabalho feito por minha geração. Se depender de mim essas pessoas não passarão”, defendeu Resende.  

 

O projeto, de autoria da bancada do PT na Câmara, vereadores Ayrton Araújo e Camila Jara, prevê a promoção de ações que visam ampliar a cobertura vacinal e a implementação do Passaporte da Vacina em todo o município. Se aprovado, o passaporte seria utilizado para ingresso nos estabelecimentos públicos municipais ou conveniados de creches e ensino fundamental, de pais, professores, funcionários e de prestadores de serviço; ingresso em espetáculos artísticos, culturais e esportivos realizados na Capital, incluindo os de iniciativa privada e obtenção de documentos públicos municipais.

 

As palavras de Geraldo provocaram a revolta do vereador Alírio Villasanti (PSL), que xingou o secretário e foi em direção a ele, mas foi contido pelos seguranças. Tiago Vargas (PSD) também hostilizou as palavras do secretário.

 

Autor do projeto, o vereador Ayrton Araújo ressaltou que a medida já foi implementada em diversas cidades no Brasil. “Mais de 200 cidades, entre elas o Rio de Janeiro e São Paulo já aprovaram o Passaporte da Vacina. Nós estamos seguindo o bom exemplo para incentivar e aos que ainda não se vacinaram o façam voluntariamente o mais rápido possível”

 

Secretário de Saúde do Município, José Mauro Filho esteve presente nos debates e destacou que a lei seria voltada para 15% dos cidadãos de Campo Grande que ainda não se vacinaram. “O município deve criar uma lei para a minoria das pessoas que não se vacinaram? Isso que deve ser colocado em discussão, assim como deve ser colocado em discussão a capacidade da cidade de fiscalizar a medida”.

Divulgação/CMCG

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Vereadora Camila Jara (PT)

 

Na ocasião, a vereadora Camila Jara defendeu a importância de investir em medidas de prevenção, visto que a pandemia segue fazendo vítimas em todo o mundo. “O saldo da pandemia nos mostrou 138 mil famílias sem ter como levar o sustento pra casa. Nos tirou a vida de mais de 10 mil sul-mato-grossenses. Esse cenário é de guerra e para cenários de guerras nós precisamos de políticas públicas extremamente eficientes. Nós não temos uma barreira, uma imunização completa. O nosso maior inimigo é a pandemia de covid-19, que tirou empregos e ameaçou vidas. Quem é favorável à vida não tem como ser contrário a vacina”.

 

O também vereador Dr. Sandro, defendeu que a vacinação não pode ser o único meio de prevenção a Covid-19. “Ainda continuaremos precisando de hospitais, tratamentos, entre outros. Falando como vereador desta Casa, sou contra toda e qualquer ditadura e cobrança. Falando como médico, sou favorável à vacinação maciça. Ninguém é obrigado a se submeter a nenhum tipo de tratamento. Em respeito a determinação do Conselho Federal de Medicina, nos mantemos contra a obrigatoriedade. Como cidadão agora, nenhum extremismo nos levará a lugar algum”, destacou o vereador.

 

Após a fala de Geraldo, a audiência foi encerrada por parte do cerimonial, pois público e convidados estavam muito exaltados.

 

A audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e Direitos Humanos, composta pelos vereadores Camila Jara (presidente), Júnior Coringa (vice), Valdir Gomes, Clodoilson Pires e Ademir Santana, esse foi o primeiro evento com presença maciça de público desde a flexibilização das medidas de biossegurança na Casa de Leis.

 

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