O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Sandro (presidente), Dr. Victor Rocha (vice), Dr. Jamal, Dr. Loester e Tabosa. Durante audiência pública nesta quarta-feira (06), a pandemia da obesidade.
“Hoje, mais de 50% da população sofre com excesso de peso. Parte tem uma outra doença, como diabetes, colesterol, hipertensão, e 10% tem pelo menos duas dessas doenças. Infelizmente, fugiu do controle não só da população, mas também dos gestores”, analisou o vereador Dr. Sandro, que também é nutrólogo.
De acordo com o parlamentar, a pandemia de covid-19 ainda foi potencializada pelo sedentarismo, já que a obesidade e o excesso de peso são fatores de risco para o vírus. “Se hoje o SUS não anda tão bem com as próprias pernas, queria imaginar daqui 40 anos. Pensando nos nossos filhos, é um assunto que temos que colocar em pauta e enfrentar uma série de problemas agora. Novos problemas exigem novos desafios e a gente precisa falar sobre o assunto”, disse.
Dados apresentados durante a audiência mostram que, em 2000, 43% da população brasileira apresentava excesso de peso. Hoje, esse índice ultrapassa os 60%. Além disso, o número de obesos também cresceu: passou de 12,2% para 26,8%. Os principais vilões da má alimentação são os embutidos, refeições prontas, biscoitos e bolachas, além dos refrigerantes.
O vice-presidente do CRP14-MS (Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul), Walkes Jacques Vargas, disse que as causas da obesidade são multifatoriais e o tratamento deve ser multiprofissional. "A sociedade necessita de acesso ao profissionais da saúde de diversas áreas, como por exemplo, educador físico, nutricionista e psicólogo, para poder eliminar a obesidade mantendo a saúde mental”, afirmou.
O conselheiro do CREF (Conselho Regional de Educação Física), Marcio Sampaio, destacou o papel desenvolvido pela categoria na promoção da saúde em Campo Grande e também cobrou a implantação de projetos que podem democratizar o acesso às atividades físicas.
“Dentro das atividades propostas, mais de 10 mil pessoas estão sendo atendidas com atividade física regular dentro da Funesp [Fundação Municipal de Esportes]. Também estamos na Sesau [Secretaria Municipal de Saúde]. Campo grande tem, há mais de 10 anos, um projeto de academia da saúde que nunca saiu do papel. Precisamos implantar isso. Temos problemas que precisam ser sanados, e a academia, dentro da Sesau, pode ser uma dessas alternativas para Campo Grande”, disse.