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Política Quinta-feira, 02 de Maio de 2013, 16:50 - A | A

Quinta-feira, 02 de Maio de 2013, 16h:50 - A | A

Assembleia debate conflitos indígenas

Bruno Chaves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Uma reunião que vai debater a questão das invasões de terras consideradas indígenas, assim como a guerra entre índios e fazendeiros no interior do Estado, acontecerá no próximo dia 6, às 14h, na Assembleia Legislativa. A reunião foi convocada pela deputada estadual Mara Caseiro (PT do B), que é presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas.

Segundo informações da assessoria de imprensa da parlamentar, o encontro acontecerá na sala de reuniões da presidência da Casa. Também estão sendo convidados representantes de várias entidades envolvidas na causa, tudo com a tentativa de encontrar soluções para o conflito.

A ideia é tirar alguns encaminhamentos e levá-los a Brasília (DF) no próximo dia 8, quando a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados ouvirá as explicações da ministra Gleisi Hoffmann sobre a questão das demarcações de terras indígenas no Brasil, explicou Mara Caseiro.

“Após essa reunião, tiraremos algumas posições para levar para Brasília, tendo em vista também que a presidente Dilma Rousseff esteve em Mato Grosso do Sul, enfrentou protestos dos produtores rurais e não se manifestou sobre a questão”, ressaltou.

Em Brasília, uma das questões a ser destacada durante a reunião é o assassinato do policial militar aposentado Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, morto a facadas e flechadas por indígenas da etnia guarani-caiová do assentamento Lagoa Rica, localizado em Douradina.

“Os indígenas estão sendo incitados pelas organizações internacionais, e isso tem promovido a violência no campo e a insegurança jurídica nas regiões de conflito. Toda essa guerra tem colocado em risco a vida de índios e não índios e isso precisa ter um fim o mais rápido possível”, disparou Mara Caseiro.

A deputada também voltou a destacar a importância da abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar que tipo de ações a Funai (Fundação Nacional do Índio) está empreendendo para melhorar a vida das populações indígenas e como está aplicando os recursos destinados ao desenvolvimento humano dos índios.

Na sessão desta quinta-feira (2), na Assembleia Legislativa, os deputados Lidio Lopes, Pedro Kemp (PT) e Amarildo Cruz (PT) usaram a tribuna para discorrer sobre o assunto. Lidio exibiu um vídeo em que mostra a morte do produtor Arnaldo Ferreira. Lidio afirmou que estava chocado e pediu para a Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, da qual é membro, e para a Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas tomarem providências em relação ao assunto.

Pedro Kemp, que é militante dos Direitos Humanos há mais de 20 anos, disse que toda a violência causa indignação e precisa ser repudiada. Para o pestista, o caso do produtor assassinado a flechadas é mais um exemplo da situação insustentável entre índios e produtores.

Kemp ainda acredita que a solução para o problema fundiário indígena precisará ser política, respeitando os direitos de índios e não índios. Para Amarildo, é necessário uma política de Estado para resolver o problema, que se arrasta há anos.

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