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Política Sexta-feira, 25 de Julho de 2008, 08:55 - A | A

Sexta-feira, 25 de Julho de 2008, 08h:55 - A | A

Amorim: \'Stephanes acha que eu estou me divertindo?\'

Da Redação

Argentina e Índia defenderam ontem as afirmações do ministro da Agricultura do Brasil, Reinhold Stephanes, que afirmou que a Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC), "não servia para nada". Sem graça diante da declaração, porém, o ministro das Relações Exteriores do País, o chanceler Celso Amorim, apenas ironizou. "Se Doha não vale nada, será que Stephanes acha que eu estou aqui me divertindo?", indagou. No entanto, Amorim afirmou que não leu a entrevista de Stephanes, concedida ao jornal O Estado de S. Paulo um dia antes.

A declaração de Stephanes provocou certo impacto na OMC. "Concordo com ele (Stephanes)", disse o polêmico ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, sobre Stephanes. Para Nestor Stancanelli, negociador-chefe da Argentina, a proposta que estava sobre a mesa não traz nenhum benefício aos países emergentes. "O que disse Stephanes foi lindo", disse Alberto Dumond, embaixador da Argentina na OMC. Uruguaios e paraguaios também sorriam, satisfeitos com os comentários.

Já o setor privado brasileiro, com destaque para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), defendeu o acordo e criticou as declarações de Stephanes.

Doha está à beira do fracasso, diz diretor-geral da OMC

O diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Pascal Lamy, levantou a possibilidade de um colapso nas discussões para tentar salvar a Rodada Doha de comércio multilateral, afirmando que as negociações estão "à beira do sucesso e do fracasso", segundo seu porta-voz. "Considero a situação crítica, a beira do sucesso e do fracasso", disse Lamy durante um encontro de delegações da OMC.

Segundo ele, o progresso tem sido "dolorosamente lento" desde que ministros de cerca de 35 países iniciaram as discussões na segunda-feira (dia 21), em Genebra, com o objetivo de mapear um acordo sobre um novo pacto global de liberalização comercial. "Houve algumas convergências, mas o progresso continua dolorosamente lento após quatro dias de negociação ministerial", disse Lamy. "Precisamos mudar de marcha rapidamente para que haja um resultado."

O dia de hoje é visto como um tudo ou nada para as negociações. "O tempo está acabando", disse o diretor da OMC. “As próximas 24 horas são cruciais."

A Rodada Doha teve início há sete anos com o objetivo de ajudar os países a desfrutarem de um acordo global de liberalização comercial, mas o processo está atrasado devido a disputas entre países ricos e países em desenvolvimento, que estão em um impasse quanto a questões como redução de subsídios e tarifas agrícolas e abertura nos setores industrial e serviços. Qualquer negociação final, se aprovada pelos negociadores reunidos em Genebra, ainda precisa ter o aval de pelos 153 países membros da OMC. As informações são da Dow Jones. (As informações são da Agência Estado)
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