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Habemus Papam

Vaticano apresenta Papa Leão XIV, agostiniano e segundo americano na história

Robert Francis Prevost: trajetória e papel-chave no Vaticano durante o pontificado de Francisco

Vivianne Nunes
Capital News

O novo bispo de Roma e chefe da Igreja Católica é o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, após anuncio da Capela Sistina que confirmou o novo papa. Ele é o primeiro Papa da Ordem de Santo Agostinho e o segundo das Américas — após Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco. Diferente do pontífice argentino, Prevost é natural do norte do continente: nasceu em Chicago (EUA), em 14 de setembro de 1955, filho de Louis Marius Prevost, de raízes francesas e italianas, e Mildred Martínez, de ascendência espanhola.

Com sólida formação acadêmica e longa trajetória missionária, especialmente no Peru, Prevost personifica o espírito da sinodalidade e do serviço pastoral que o Papa Francisco tem impulsionado nos últimos anos. Seu lema episcopal, “In Illo uno unum” ("No único, somos um só"), reflete a teologia agostiniana da unidade em Cristo — inspiração que marca seu ministério desde a juventude.

Narcin Mazur/cbcew.org.uk

Lula cumprimenta novo papa e pede continuidade do legado de Francisco

Vaticano 08/05/2025 Robert Francis Prevost, o Leão XIV, é o primeiro papa americano da história Aos 69 anos, ele é também o 1º pontífice vindo de um país de maioria protestante. Prevost construiu grande parte de sua trajetória na América Latina, especialmente o Peru. De perfil discreto, ele evita holofotes e é tido como reformista, alinhado ao papa Francisco

Um percurso marcado pela missão e formação

Formado em Matemática e Filosofia pela Villanova University, ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977 e foi ordenado padre em 1982. Doutorou-se em Direito Canônico em Roma, mas sua vida missionária ganhou força na década de 1980, quando foi enviado ao norte do Peru, onde atuou por mais de uma década como pároco, formador, professor de seminário e vigário judicial da Arquidiocese de Trujillo. A atuação pastoral em áreas pobres e sua dedicação à formação de novos religiosos foram pilares de sua missão no continente latino-americano.

Seu destaque na Ordem Agostiniana levou-o a ser eleito prior geral da ordem em 2001, função que exerceu por dois mandatos até 2013. Após retornar a Chicago, foi surpreendido com a nomeação, por Francisco, como administrador apostólico de Chiclayo (Peru), onde depois foi confirmado como bispo.

Escalada no Vaticano e papel no governo da Igreja

Nos últimos anos, Prevost ganhou crescente influência no Vaticano. Em 2023, o papa Francisco o nomeou Prefeito do Dicastério para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, colocando-o no centro das decisões sobre nomeações episcopais em todo o mundo.

Sua criação como cardeal em setembro de 2023, seguida de sua promoção à ordem dos bispos com o título da Igreja Suburbicária de Albano (fevereiro de 2025), foi interpretada por muitos como a consolidação de seu papel de confiança dentro da Cúria Romana.

Participou ativamente das duas sessões do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, em 2023 e 2024, além de integrar diversos dicastérios estratégicos, como os da Doutrina da Fé, Igrejas Orientais, Cultura e Educação, e Evangelização.

Um perfil pastoral e diplomático

Fluente em espanhol, italiano, francês e inglês, Prevost é reconhecido por sua escuta atenta, firmeza doutrinal e habilidade conciliadora — características que o tornam uma figura próxima dos valores promovidos por Francisco. Sua eleição como papa representa uma continuidade pastoral, com ênfase na descentralização da Igreja, na valorização das periferias e no diálogo intercultural.

Durante o último período de internação do papa Francisco, em março de 2025, foi Prevost quem presidiu um rosário público pela saúde do pontífice, gesto que emocionou os fiéis na Praça São Pedro.

• Saiba mais sobre a morte do Papa Francisco

Com ampla experiência internacional, sólida formação teológica e vida marcada pela missão junto aos pobres, o novo papa agostiniano inaugura um novo capítulo na história da Igreja, unindo tradição, escuta e renovação. (As informações são do site Vatican News)

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