O setor industrial brasileiro solicitou ao governo federal uma prorrogação de 90 dias da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. A tarifa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e tem causado preocupação entre empresários exportadores, que já começam a suspender vendas por medo de sofrer a sobretaxa.
A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) alertou que a medida pode prejudicar setores estratégicos, impactando emprego, balança comercial e competitividade da indústria. Segundo o presidente da Fiems, Sergio Longen, “diversos setores já começaram a suspender exportações, temendo que os produtos cheguem aos Estados Unidos após o início da tarifa e sejam automaticamente sobretaxados”.
A entidade defende que o diálogo diplomático é o melhor caminho para resolver a questão e pediu que o Decreto de Reciprocidade, que regula a resposta do Brasil às tarifas americanas, não fosse publicado. Mesmo assim, o decreto foi assinado pelo presidente Lula e publicado no Diário Oficial, regulamentando a Lei da Reciprocidade Econômica.
Com o decreto, qualquer um dos 11 ministérios da Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderá acionar medidas contra sanções comerciais. Um comitê interministerial avaliará e decidirá contramedidas urgentes, enquanto a Camex ficará responsável pelas medidas definitivas. O setor privado já começou a participar das discussões com o governo.
Uma nova reunião está prevista para buscar alternativas que evitem prejuízos aos contratos firmados com os EUA. A expectativa é encontrar soluções que minimizem os efeitos da tarifa de 50%, que segue marcada para começar a valer no próximo dia 1º de agosto.