A última oitiva da terceira fase da CPI do Transporte Público, realizada nesta quarta-feira (18) na Câmara Municipal de Campo Grande, contou com a defesa da repactuação do contrato pelo atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira. Ele assumiu o comando do consórcio em janeiro de 2025 e afirmou que “é necessário construir um novo acordo com o município, envolvendo a Câmara e o Ministério Público”.
“É minha função e vontade dos acionistas sentar na mesa para achar um caminho e entrar em acordo com o município. Seria importante a Câmara e o Ministério Público estarem nesse acordo. É preciso fazer um grande pacto para resolver essa questão”, declarou Themis.
O diretor destacou a dificuldade financeira para renovar a frota de ônibus sem o apoio do Poder Público. “Não é possível renovar a frota sem o Poder Público, que é a contraparte e tem obrigações com o consórcio. Para renovar a frota precisaria de um financiamento de R$ 170 milhões. Qualquer banco que olhar nosso balanço vai ver que temos problemas sem os aportes da Prefeitura”, afirmou.
Themis também chamou atenção para a diferença entre a previsão de demanda do transporte coletivo em 2012, quando foi feita a licitação, e a realidade atual. “A expectativa era de 85 milhões de passageiros anuais em 2024, mas o número registrado no ano passado foi menos da metade: 40 milhões. Perdemos passageiros ao longo dos anos. Somos cumpridores de ordens de serviço. Todas as ordens de serviço de itinerário que a Agetran manda nós cumprimos”, explicou.
Estava prevista a oitiva do sócio-proprietário do consórcio, Paulo Constantino, mas ele não compareceu à Câmara por apresentar atestado médico. Com isso, a CPI encerrou esta fase de depoimentos. Na próxima quarta-feira (25), será realizada uma Audiência Pública no plenário Oliva Enciso, a partir das 13h, para que usuários do transporte público possam contribuir com suas declarações.