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Polícia Sexta-feira, 24 de Julho de 2009, 08:44 - A | A

Sexta-feira, 24 de Julho de 2009, 08h:44 - A | A

Indiciados funcionários da segurança no trabalho de empresa de vidros por morte de empregado

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Dener Mendes Dias, 22 anos, morreu no dia 13 de fevereiro esmagados por lâminas de vidros na empresa em que trabalhava, LM Vidros e Cristais Temperado, localizada no quilômetro 76 da rodovia BR-163, na Capital (região da saída para São Paulo). O acidente foi na madrugada. O expediente de Dener era das 23h às 6h do dia seguinte. O anúncio foi ontem, 23 de julho.

Evangélico, o rapaz sonhava em ser músico gospel. Mas, naquela madrugada, os sonhos se foram. Ele teria recebido ordem para segurar 726 quilos de vidro em frente ao forno. Ele teve a cabeça esmagada por não suportar tamanha quantidade.

Acidentes não eram incomuns. Tanto que Dener teria entrado no lugar de outro funcionário que morreu em novembro do ano passado com um corte profundo na virilha, causado por uma lamina de vidro.

Imagens da câmera de segurança foram veiculadas na imprensa local. Os vídeos mostrariam que nem Dener nem os colegas de serviço utilizavam materiais de segurança.

As investigações estão sob responsabilidade do delegado Wellington de Oliveiro, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil (na região das Moreninhas). Em entrevistas, o delegado teria afirmado aconteceu foi um acidente naquela madrugada.

Mesmo assim, no inquérito, o delegado indiciou por homicídio culposo (sem intenção de matar) os funcionários que deveriam verificar a segurança do ambiente de trabalho. Se condenados, eles podem pegar três anos de detenção. O inquérito, entretanto, ainda estaria em fase de conclusão.

Devem ser responsabilizados o supervisor do trabalho Davi Guimarães Soares e Cristiano Gonçalves Santana, que estaria com Dener no local do acidente.

Indagado se a morte do outro funcionário em novembro de 2008, ou seja, três meses antes da morte de Dener, não implicaria em responsabilização da empresa, o delegado diz que não seria o caso. “O caso de novembro foi lapidação e ele estava sem o avental de couro”, diz. Conforme Oliveira, os dois acidentes não têm ligação.

Foram cinco meses de apurações, o relatório policial, assim que finalizado, será encaminhado ao MPE (Ministério Público do Estado), que deverá ou não indiciar os funcionários. As testemunhas podem ser ouvidas novamente.

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