A Justiça de Mato Grosso do Sul revogou a prisão de Julio Cezar Ferreira dos Santos, Diego de Sousa Nunes, Diogo Francisco, Edilson Rodrigues Ferreira e Taygor Ivan Moretto Pelissari, acusados de envolvimento na disputa pelo controle do jogo do bicho no Estado.
Os cinco estavam presos desde o fim de 2023, quando foram alvos de uma das fases da Operação Successione, que investiga uma organização criminosa armada atuando ilegalmente no setor. À época, o grupo foi detido por exploração do jogo do bicho e formação de organização criminosa armada.
No final de maio, a defesa dos réus solicitou a liberdade, argumentando ausência de fundamentos para a manutenção da prisão preventiva. O Ministério Público Estadual (MPMS) se manifestou contra o pedido, mas a 4ª Vara Criminal de Campo Grande acatou a solicitação e determinou a soltura dos acusados.
Na decisão, a juíza May Melke Amaral afirmou: “Não subsistem elementos que fundamentem a necessidade da prisão para aplicação da lei penal, bem como o risco concreto de fuga do distrito da culpa, sobretudo pelo encerramento da instrução processual e pelo tempo em que permaneceram presos os requerentes”.
O processo segue em andamento e já teve desdobramentos relevantes. Em março deste ano, o deputado estadual Roberto Razuk, conhecido como ‘Neno’, prestou depoimento durante audiência do caso. Ele foi alvo de busca e apreensão em sua residência, localizada em um condomínio de luxo de Campo Grande. A suspeita é que ele tenha usado servidores da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) para favorecer a organização investigada.
A Operação Successione segue em curso e é uma das maiores já realizadas no Estado contra o jogo do bicho, envolvendo políticos, empresários e agentes públicos.
