A Justiça determinou que a Santa Casa de Campo Grande, a Prefeitura e o Governo do Estado participem de uma audiência de conciliação para tentar resolver o impasse sobre os repasses de verbas ao maior hospital de Mato Grosso do Sul. A decisão é do juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos. A reunião foi marcada para a próxima quinta-feira (6), às 14h.
A direção da Santa Casa afirma que o convênio 3A/2021, firmado com os entes públicos para a prestação de serviços ao SUS, não recebe reajuste desde agosto de 2023. O hospital alega que necessita de R$ 45,9 milhões por mês — um total anual de R$ 550,8 milhões —, o que representa aumento de R$ 13 milhões em relação aos atuais R$ 32,7 milhões mensais. “Necessita ser quitado [dívida de R$ 117 milhões] com urgência para viabilizar a regularização dos atendimentos e evitar a paralisação total das atividades assistenciais”, destaca trecho do processo.
O prazo para renovação do convênio terminou na última sexta-feira (31), após o hospital recusar a proposta de prorrogação por mais três meses apresentada pelo poder público. Sem um novo acordo, cresce o temor de interrupção nos serviços prestados à população. A instituição afirma que a falta de recomposição financeira inviabiliza a continuidade das atividades.
Enquanto isso, a crise se agrava dentro do hospital. Médicos contratados como Pessoa Jurídica estão há cinco meses sem receber salários e mantêm paralisação desde setembro. As cirurgias e procedimentos eletivos foram cancelados, restando apenas os atendimentos de urgência e emergência. Agora, com a adesão dos anestesistas à greve, todas as cirurgias eletivas estão suspensas, ampliando o impacto sobre o sistema de saúde pública da capital.
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