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Meio Ambiente Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008, 14:55 - A | A

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008, 14h:55 - A | A

Desmatamento explode e governo promete punir

Terra

O Ministério do Meio Ambiente deve divulgar nesta sexta-feira a lista dos 30 municípios que mais desmatam na Amazônia, a chamada lista suja. O objetivo é recadastramento de todos os imóveis rurais. Os imóveis que fizerem derrubada ilegal de floresta serão embargados e não poderão vender a produção nem terão direito a crédito. A punição se estende a quem quem comprar ou transportar esses produtos. "A intenção é exatamente reforçar a fiscalização em uma região responsável por cerca de 40% a 50% do desmatamento na Amazônia", informa a ministra Marina Silva.

Depois de três anos de queda, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou forte aumento no desmatamento na região amazônica entre agosto e dezembro. Foram de 3.235 quilômetros quadrados concentrados em três Estados: Mato Grosso (53,7%), Pará (17,8%) e Rondônia (16%). As razões possíveis são o uso da área para plantio de soja ou criação de gado.

O desmatamento é a razão de o Brasil constar entre os principais causadores do aquecimento global, ao lado dos Estados Unidos, China e Índia. Como tem uma produção de energia considerada limpa (44% renováveis), o País acaba emitindo dióxido de carbono (CO2), o principal gás de efeito estufa, a partir de desmatamento e queimadas: 75% das emissões brasileiras têm essa origem. O descaso, a incompetência, a conivência, a falta de fiscalização, entre outros fatores, deixam impunes desmatadores ilegais.

Os especialistas dão uma razão econômica básica para a ação destruidora: um hectare desmatado pode valer seis a sete vezes mais que um de mata fechada. O aproveitamento da terra, porém, é precário. Os fazendeiros colocam apenas uma cabeça de gado por hectare, o que coloca em xeque a relação custo-benefício da atividade na região. Além do desmate ilegal, ainda há áreas passíveis de derrubada legal.

O que pode tornar a situação ainda mais crítica é a eventual aprovação de projeto que já passou pela Comissão de Agricultura da Câmara, propondo o aumento da área de desmatamento das propriedades na Amazônia de 20% para 50%, além de isentar de punições, como a simples recuperação da área, aqueles que já cometeram ilegalidades.

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