Quatro vítimas do atentado a um ônibus indígena, ocorrido na noite de sexta-feira (3) em Miranda, estão internadas em estado grave na Santa Casa de Campo Grande. As vítimas foram atingidos por um coquetel molotov e sofreram queimaduras graves.
O estado de saúde deles é grave e não há previsão de alta, segundo a assessoria do Hospital de Campo Grande. Dos quatro atingidos, três são mulheres, uma adolescente de 15 anos, uma de 29 e outra de 28.
Outras duas vítimas estão internadas no Hospital Municipal de Miranda.
De acordo com as Lideranças Terena “Cachoeirinha”, o ataque aconteceu por volta das 23h30, quando o veículo entrou na área indígena trazendo cerca de 30 alunos, entre eles adultos e adolescentes, que estudam na rede de ensino de Miranda. O ônibus foi cercado e atingido por pedras, que quebraram os vidros do veículo. Em seguida os agressores jogaram um coquetel molotov, na tentativa de incendiar o ônibus. O motorista saltou do veículo ainda em movimento e os alunos saíram pelas janelas quebradas e pela saída de emergência.
Nenhum dos agressores foi identificado. Na manhã desta segunda-feira (6), as lideranças indígenas foram até a Delegacia de Polícia Civil do município para exigir a investigação imediata do caso. Objetos utilizados pelos agressores deixados no local do crime foram recolhidos. As lideranças afirmam que a negligência policial seria uma tentativa de incriminar os indígenas, alegando conflito interno nas aldeias.
As lideranças Terenas afirmam que vários indígenas foram ameaçados de morte devido ao conflito entre índios e fazendeiros na disputa por terás na região, como é o caso da fazenda Petrópolis e Charqueada, propriedades do ex-governador de Mato Grosso do Sul Pedro Pedrossian.