Duas das mais tradicionais torcedoras do Operário, cujas histórias se confundem com a do clube, fizeram questão de participar da apresentação dos jogadores, integrantes da comissão, técnica e diretoria, neste sábado (31), na festa proporcionada pelos dirigentes para mostrar a nova fase vivida pelo alvinegro “mais querido” da região Centro-Oeste: Maria de Lurdes Oruê e Maria das Dores Espíndola, que além dos nomes têm em comum também o amor pelo clube.
São histórias quase que idênticas, não fosse o fato de não terem residido na Capital quando descobriram o amor pelo clube, poderia ser qualificada como igual.
Sorridentes e felizes com o retorno do clube ao futebol do Estado ambas abriram o seus corações ao Capital News e falaram como nasceu o amor pelo Operário.
A primeira, Oruê, (como gosta de ser chamada), aos 77 anos recordo com certa dose de emoção quando começou ao amor pelo clube alvinegro.
De acordo com o seu relato, ela ainda morava na cidade de Aquidauana e naquela época, a sede da Avenida Bandeirantes estava começando a fase da construção.
“Naquela época mulher não podia torcer. O meu marido não gostava e nem deixava”, recordou.
Mas como o marido trabalhava na fazenda “com o doutor Garcia”, recordou, ela aproveitava para ir ver os jogos no estádio Noroeste em Aquidauana.
Mas foi por pouco tempo, pois em seguida a família se mudou para campo Grande e quis o destino que todos fossem morar na Vila Popular, perto da antiga poliesportiva, que na ocasião, ainda não existia, a exemplo de hoje que também não existe mais. Na época a área ainda não havia sido doada ao clube.
Da Vila Popular, a família se mudou para o bairro Amambaí, mais perto da sede da Avenida Bandeirantes. “Mudamos para Rua Paissandu. Época em que o meu marido voltou para Aquidauana e eu tive que enfrentar tudo sozinha. Ainda bem, pois assim pude efetivamente torcer pelo meu time, o Operário”, recordou.
Com ponta de saudosismo, Oruê, recordou que esteve ao lado de jogadores como Tadeu Santos, Tadeu Macrini, Manga, Rui (goleiro) e do técnico Carlos Castilho.
Dos jogos que ela acompanhou, o que nunca ela esquece foi contra o Palmeiras, “ganhos com Leão e tudo”, recordou aos risos.
A “outra” Maria, a das Dores, que ficou um tanto “queimada” pelo fato dela ter trocado de “amor e ter ido para o Novoperário”, fato esse que os integrantes das organizadas não aceitam de forma alguma contra eles, ela tem a saída.
“Esse povo que ta zangado, não é mais operariano que eu! Eu sempre vestirei a camisa do Operário e ele sendo campeão, vou entrar dentro do campo’, disse em tom de alegria.
Ao explicar a repentina troca de “amor”, Maria das Dores revelou que, “se eu não fizesse isso (torcer), ia morrer de tédio. Fui pra lá sim. Agora que o time voltou, eu voltei também”, frisou.
Interrogado pelo Capital News, a respeito da camisa que usará em dia de jogos, ela disse “, a do Operário e não de torcida”, respondeu de forma autoritária.
Professora formada, aos 74 anos ela também revelou como começou o amor pelo clube alvinegro. “Eu lecionava, em Cachoeirinho – lugarejo próximo ao distrito de Anhanduí -. Isso foi em 1973. Naquela época não tinha a freqüência de rádio. Era muito difícil”, reclamou.
Mas o amor pelo Operário nasceu quando ela vinha à Campo Grande e via as “plaquinhas” anunciado no novo time, espalhadas pela cidade.
Da série de jogos que até hoje ela mantém viva na sua memória, foi pelo Campeonato Brasileiro. “Foi aquele Operário 5 x 1 no Cruzeiro”, recordou.
A partida inesquecível de Maria das Dores aconteceu no Morenão. No dia de março de 1981, quando o Operário venceu realmente pelo placar citado pela torcedora.
Na ocasião, os gols do Galo foram marcados por Campos (4) e Baianinho, enquanto que Edemar descontou para o time mineiro.