A eleição da nova presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para 25 de maio, reacendeu disputas e articulações nos bastidores do futebol nacional. O pleito foi convocado após decisão da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que afastou Ednaldo Rodrigues do comando da entidade e declarou nulo o acordo que sustentou sua eleição em 2022.
Na decisão proferida nesta quinta-feira (15), o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro atendeu a pedido do vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, e apontou “incapacidade mental e possível falsificação de assinatura” de um dos signatários do acordo, o ex-presidente da entidade, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes. Como consequência, Sarney foi nomeado interventor da CBF, com a missão de convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
Federação de MS anuncia neutralidade
Em meio à reorganização das candidaturas, o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Estevão Petrallás, anunciou nesta sexta-feira (16) que não apoiará nenhum dos grupos neste momento. Segundo ele, a FFMS fará sua escolha de forma independente, com base em critérios técnicos e no compromisso com a estabilidade do futebol brasileiro.
“A FFMS reafirma que fará a sua escolha de forma totalmente independente, com base em critérios de autonomia, responsabilidade institucional e compromisso com a estabilidade e a segurança jurídica do futebol brasileiro”, afirmou Petrallás, em nota oficial.
Embora tenha assinado inicialmente o manifesto de apoio a um dos blocos em formação, a federação sul-mato-grossense recuou e defende que o processo eleitoral seja conduzido com transparência e responsabilidade.
Dois blocos disputam apoio
A disputa presidencial deve colocar frente a frente dois blocos em formação. Um deles, composto por 19 federações estaduais, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, tenta lançar um candidato próprio. Os nomes mais cotados são:
Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol, Felipe Feijó, da Federação Alagoana e Ricardo Gluck Paul, da Federação Paraense. O grupo busca ampliar o número de federações aliadas para tentar inviabilizar outras candidaturas.
Do outro lado, federações do Sul e Sudeste, junto com clubes da Série A, articulam o nome de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol. Embora ainda não tenha oficializado sua candidatura, ele é considerado um dos favoritos caso a disputa se confirme.
O ex-atacante Ronaldo Nazário, que tentou viabilizar sua candidatura, confirmou à imprensa que não obteve o apoio necessário para entrar na corrida eleitoral.
A Assembleia Geral da CBF que elegerá o novo presidente é formada por 141 votos:
Composição do colégio eleitoral
27 federações estaduais (peso 3 cada),
20 clubes da Série A (peso 2 cada),
20 clubes da Série B (peso 1 cada).
Se as 19 federações mantiverem unidade, o grupo começa com 57 votos — pouco mais de um terço do total necessário para vencer a eleição. No entanto, movimentos como o da Federação do Mato Grosso do Sul indicam que o cenário ainda está em aberto.