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Esporte Quarta-feira, 29 de Agosto de 2012, 16:15 - A | A

Quarta-feira, 29 de Agosto de 2012, 16h:15 - A | A

Começam os Jogos Paralímpicos de Londres 2012; MS tem cinco representantes e chances de medalhas

Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Tem início nesta tarde (29) os Jogos Paralímpicos de Londres. Dos 182 paralímpicos do Brasil, cinco nasceram em Mato Grosso do Sul: Michele Ferreira (judô); Gleyse Priscila (Goalbol); Ronaldo Almeida de Souza, Marcos dos Santos Ferreira e Fernandes Vieira (Futebol de 7).

Ronaldo Almeida de Souza, Marcos dos Santos Ferreira e Fernandes Vieira são os representantes de Mato Grosso do Sul na adaptação do esporte mais popular do planeta.

Capitão da Seleção Brasileira de Futebol de 7, Marcos dos Santos Ferreira, o Marcão, é considerado um dos melhores goleiros do mundo. O douradense começou na modalidade em 1996 e está em sua quinta Paralimpíada.

Entre os principais títulos dele está o quarto lugar nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 e a prata nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004.

O campo-grandense Ronaldo, de 1,80m e 71kg, e o coxinense Fernandes Vieira, de 1,74m e 76kg, são os zagueiros.

Fernandes joga futebol desde criança, mas foi no ano passado que ingressou na modalidade para paralisados cerebrais. O principal título dele foi uma medalha de ouro no Torneio Preparatório de Manchester 2012.

Ronaldo Almeida de Souza sempre sonhou ser jogador de futebol. Em 2010 conheceu o Futebol de 7 e disputará em Londres sua primeira Paralimpíada.

O Futebol de 7 é jogado por atletas homens com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais.

Todos os atletas são avaliados antes de qualquer competição, e classificados nas classes 5 a 8, sendo a oitava a de maior potencial funcional. Para garantir que os jogadores de todas as classificações estejam em quadra, uma regra determina que pelo menos um integrante da classe 5 ou 6 esteja em campo durante todo o tempo de partida, e no máximo dois da 8.

Outro aspecto interessante do esporte é o fato de cada participante ser deslocado para uma função em campo compatível com suas possibilidades. Jogadores de classe 5, com comprometimento nos membros inferiores e que têm restrições para realizar o passe e o chute, comumente atuam como goleiros.

As regras oficiais são parecidas com as da Federação Internacional de Futebol (FIFA, em inglês), mas com adaptações que facilitam a prática do futebol por pessoas com paralisia cerebral.

Cada equipe conta com seis jogadores de linha e o goleiro. Não há impedimento e a partida tem dois tempos de 30 minutos cada.

Judô

Bronze nas Paralimpíadas de Pequim 2008, a campo-grandense Michele Aparecida Ferreira é esperança de medalha do Brasil no judô.

Ela perdeu parte da visão devido a toxoplasmose congênita. Aos 19 anos, conheceu o judô. Michele estava a procura de um projeto para cegos .

A judoca também ganhou ouro no Grand Prix Infraero 2011.

Goalball

Nascida em Batayporã, Gleyse Priscila Souza já foi prata nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011 no Goalball – uma modalidade exclusiva do paradesporto para deficientes visuais.
Após um glaucoma afetar parcialmente sua visão, Gleyse começou a praticar corrida, mas foi no Goalball, em 2008, que a atleta encontrou sua verdadeira vocação.

Esse esporte diferente foi criado em 1946, pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, com o objetivo de reabilitar veteranos da 2ª Guerra Mundial que perderam a visão e pessoas com deficiência visual.

O jogo consiste em lançar a bola pelo chão com a mão, na direção do gol adversário, enquanto o oponente tenta bloqueá-la com seu corpo. A quadra tem a mesma dimensão de uma quadra de voleibol e o gol abrange toda linha de fundo (9m x 1,30m).

Cada equipe tem 10 segundos para lançar a bola e a jogada não pode ser feita mais de duas vezes consecutivas pelo mesmo atleta. A partida é dividida em dois tempos com 12 minutos cada, no entanto o relógio para toda vez que o árbitro apita uma infração.

As equipes têm três jogadores cada e, no máximo, três suplentes no banco. Vendados, os jogadores são orientados através de um guizo instalado dentro da bola e, portanto, o silêncio do público durante as disputas é imprescindível.

Brasil

Apesar dos atletas paralímpicos não serem celebridades conhecidas quanto César Cielo e Neymar, eles têm trazido diversas medalhas olímpicas para o Brasil. Em Pequim 2008, o Brasil conquistou 47 medalhas (16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes) nos Jogos Paralímpicos e terminou em 9º lugar na colocação geral do evento.

Já para Londres 2012, a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro é ficar entre os sete primeiros colocados no quadro geral de medalhas.

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