Não são apenas alguns jogadores convocados por Dunga que querem aproveitar o último jogo das Eliminatórias, contra a Venezuela (nesta quarta-feira, às 18h, no estádio Morenão), em Campo Grande, para assegurar uma vaga na Copa do Mundo de 2010. Para a própria cidade, a partida vale como um teste na tentativa de manter vivo o sonho de ser uma das sedes do mundial de 2014 e uma chance para pressionar Cuiabá (MT) a desistir da vaga.
"Esse jogo é importante para demonstrarmos organização e competência. Temos que agarrar essa chance com unhas e dentes. Vamos provar que temos cacife para o desafio de receber os jogos da Copa", afirmou o senador Delcídio do Amaral (PT), durante visita ao estádio Morenão.
Por enquanto, dirigentes do futebol e autoridades da Prefeitura de Campo Grande e do governo do Estado evitam falar publicamente sobre o assunto. No entanto, o Estado voltou a acreditar na escolha nas últimas semanas pelas dificuldades enfrentadas por Cuiabá (MT) para cumprir as exigências da Fifa.
A entidade que comanda o futebol não teria ficado satisfeita com o projeto de reforma do estádio Verdão. A intenção dos arquitetos é construir uma parte desmontável para reduzir a capacidade de 40 mil para 30 mil torcedores após o Mundial pelo pouco sucesso do futebol no estado. Mixto e Luverdense são os times melhores colocados no Campeonato Brasileiro, disputando apenas a Terceira Divisão.
Em Campo Grande, a confiança aumenta também quando o assunto é infraestrutura de Cuiabá. Além dos gastos de cerca de R$ 400 milhões com o Verdão, a cidade prevê um custo de R$ 2 bilhões para a reforma do aeroporto Marechal Rondon, atualmente bastante defasado em comparação com as exigências.
Aproveitando a presença de toda a mídia brasileira em Campo Grande pela chegada da seleção, os sul-mato-grossenses garantem que possuem investidores para todas as mudanças necessárias no Morenão, em parceria com um grupo português, e até para a construção de um trem de superfície cortando a cidade, através de um acordo com empresas espanholas.
"Ficamos sabendo que Cuiabá está com dificuldades. Aqui, as coisas estão mais concretas", disse o vice-presidente da FFMS (Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul), Marco Antônio Tavares, que gastou R$ 1 milhão nas reformas do estádio apenas para o jogo do Brasil.
Florianópolis, outra cidade que ficou fora das 12 sedes escolhidas, também voltou a se animar, crescendo os olhos para os problemas enfrentados por Natal para arrecadar investimentos para as obras. No mês passado, em comunicado oficial, a CBF (Confederação Brrasileira de Futebol) garantiu que a FIfa não diminuirá o número de cidades, mas não se pronunciou sobre substituir alguma delas. (Fonte: Globoesporte.com)