
Com a incerteza por conta da pandemia e a alta do principal índice que reajusta os contratos, a recomendação é negociar o aluguel.
Em 2020, por conta da pandemia do Coronavírus, muitos inquilinos negociaram o valor e as formas de pagamento do aluguel. Este ano não deverá ser muito diferente, uma vez que a incerteza sobre o fim do vírus continua e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado como principal indicador para reajuste, encerrou o ano de 2020 em 23,14%, maior alta desde 2002.
Com isso, um contrato de aluguel no valor de R$ 2 mil, com reajuste para janeiro, pelo IGP-M passaria para R$ 2.462,80.
O IPCA (Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo), considerado o índice oficial de inflação medido pelo IBGE, ficou em 4,31% no acumulado de 12 meses até novembro.
Existe a diferença entre os dois índices porque o IGP-M, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), está sofrendo impacto da disparada do dólar e dos preços das commodities, como a soja e minério de ferro.
Durante o ano de 2020, com a pandemia, muitos inquilinos conseguiram descontos no preço do aluguel devido à queda na renda e desemprego. Com a situação ainda incerta e a disparada do IGP-M, a recomendação é negociar o reajuste neste ano.
De acordo com Jean Carvalho, gerente de imóveis da administradora de imóveis e condomínios APSA, “O IGP-M como indicador de reajuste de aluguel não é obrigatório, mas se está no contrato, é a referência. Aconselhamos inquilinos e proprietários a buscarem um acordo que beneficie ambos os lados, alcançando o melhor equilíbrio possível na relação contratual. Cada caso é um caso. Se o aluguel foi reduzido nos últimos anos, pode ser que agora o proprietário não esteja aberto a aumentar pouco. Depende também da necessidade que ele tem da renda", pontua.