Embora o reajuste de 15% na tarifa dos táxis em Campo Grande já tenha sido publicado em Diário Oficial no último dia 12 de setembro, os passageiros ainda continuarão pagando os valores antigos por mais algumas semanas. Isso porque, para que os novos preços entrem em vigor na prática, é necessário um processo técnico e burocrático: cada veículo precisa solicitar a nova memória do taxímetro à fábrica, receber o selo do Inmetro e só então atualizar o equipamento. A estimativa do sindicato dos taxistas é de que o novo valor só comece a ser praticado dentro de aproximadamente 30 dias.
A mudança foi anunciada pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) e ocorre após mais de dois anos sem atualização na tarifa. Com o reajuste, o quilômetro rodado na bandeira I passa a custar R$ 3,86, e na bandeira II, R$ 4,41. A bandeirada do táxi comum subiu para R$ 5,00, enquanto a do aeroporto foi fixada em R$ 9,00. Já o valor da hora parada está agora em R$ 30,91. A tarifa para transporte de volume acima de 70x40x20 cm também foi reajustada para R$ 0,46.
O presidente do sindicato da categoria, Flávio Panissa, explica que a mudança foi bem recebida entre os profissionais e considera o aumento necessário. “Foi uma correção justa diante dos custos que enfrentamos. O problema é o tempo que leva para os taxímetros serem atualizados — é uma etapa técnica, cheia de etapas e que depende de terceiros”, afirmou em entrevista. A taxista Valdirene Alves também reforça que a valorização da tarifa representa respeito ao trabalho da categoria: “Pagamos impostos como qualquer outro setor e merecemos um retorno”.
O reajuste ocorre em um cenário de concorrência acirrada com os aplicativos, como Uber, 99 e Indrive, que operam em Campo Grande desde 2015. Segundo dados da Aplic-MS, o Estado já conta com 62 mil motoristas de app e até 500 mil usuários, enquanto o número de táxis licenciados na capital caiu para cerca de 400 veículos. Apesar das rivalidades entre os dois tipos de serviço, o mercado se equilibra — com usuários migrando entre um e outro, influenciados por questões como cancelamentos frequentes, tarifas dinâmicas ou preferência por atendimento presencial.