A ausência do estacionamento rotativo no centro de Campo Grande já dura 43 meses e tem provocado um verdadeiro colapso na economia local. Desde março de 2022, quando o serviço foi suspenso, mais de 800 vagas desapareceram da região, fazendo com que o fluxo de clientes caísse drasticamente. Como resultado, o ticket médio das lojas despencou de R$ 152 para R$ 49, uma retração de quase 68% em três anos.
Lojistas têm sentido na pele o impacto dessa paralisação: relatos indicam quedas de faturamento de até 32% em apenas um ano. Muitos consumidores optaram por migrar para os shoppings, que oferecem estacionamento garantido, deixando o centro da cidade com lojas fechadas, redução de empregos e a sensação crescente de abandono.
Para chamar atenção para essa situação, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e comerciantes promoveram um protesto inusitado nesta quarta-feira (10). Com um bolo de aniversário e velas acesas no meio da Rua 14 de Julho, cantaram “Parabéns” ironicamente para marcar os 43 meses sem o serviço rotativo, que deveria facilitar o acesso e fomentar o comércio local.
Apesar da Prefeitura ter sancionado uma nova lei para a concessão do estacionamento em 2024 e lançado um edital em 2025, nenhuma medida efetiva foi tomada até o momento. Segundo o presidente da CDL, Adelaido Figueiredo, a entidade está disposta a colaborar para destravar o impasse, mas reclama da morosidade do poder público que deixa o coração econômico da capital à beira do colapso.