Saul Schramm/Governo MS
Saindo de Campo Grande rumo a Três Lagoas, a primeira rodovia que será concessionada é a BR-262
Com a concessão da chamada Rota da Celulose, cinco rodovias estratégicas de Mato Grosso do Sul receberão investimentos bilionários da iniciativa privada, prometendo mudar a realidade logística da região, impulsionar o escoamento da produção e beneficiar diretamente milhares de usuários, comerciantes, caminhoneiros e moradores de cidades impactadas. O leilão foi realizado na B3, em São Paulo, e teve como vencedor o Consórcio K&G.
A malha rodoviária contemplada inclui trechos das federais BR-262 e BR-267 e das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, totalizando 870,3 km de concessão com melhorias previstas pelos próximos 30 anos. O pacote inclui duplicações, acostamentos, terceiras faixas, dispositivos de segurança, acessos, passagens de fauna e obras de arte especiais.
A BR-262, por exemplo, que liga Campo Grande a Três Lagoas, será uma das mais beneficiadas. O fluxo da rodovia aumentou exponencialmente com a instalação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que movimentou R$ 22 bilhões em investimentos e gerou 10 mil empregos durante a obra.
“Moro há 30 anos em Ribas. O leilão vai melhorar 1000%, porque a rodovia ficou sobrecarregada com tanto caminhão e carro. A viagem para Campo Grande e Três Lagoas ficou perigosa”, disse o produtor João Luiz Marino.
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Concessão de rodovias no MS envolve R$ 10,1 bilhões em investimentos
Para comerciantes locais, como Rodrigo Sthefanello, dono de loja de materiais de construção em Ribas, a concessão também é vista como oportunidade. “A tendência é valorizar nosso comércio. Precisamos dessa melhoria”, afirmou.
Caminhoneiros também celebraram a perspectiva de rodovias mais seguras. “Ando desde 2010 por aqui e realmente precisava melhorar. Vai desafogar e dar mais segurança”, relatou César Francisco dos Santos, mineiro que transporta vergalhão pela região.
Em outra ponta da rota, a MS-040, que liga Campo Grande a Santa Rita do Pardo, também foi incluída. Comerciantes e moradores já vislumbram os ganhos. “Rodovia mais cuidada é segurança para todos”, diz o empresário Lucas Barbosa. Para Maria Isabel Godoy, dona de hotel em Santa Rita, “a concessão deve atrair mais movimento e clientes”.
A BR-267, entre Bataguassu e Nova Alvorada do Sul, fecha o corredor logístico que também atenderá à futura fábrica da Bracell em Bataguassu, com investimento de R$ 16 bilhões. A cidade será sede da primeira planta de celulose solúvel do Estado, reforçando a vocação industrial da região.
“A Rota da Celulose contempla vias que cortam o Vale da Celulose, uma das regiões que mais crescem em MS. Hoje tivemos um sucesso absoluto no leilão, com R$ 10 bilhões de investimento garantido”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Entre as intervenções previstas estão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km de terceiras faixas, 38 km de contornos urbanos, além de acessos, marginais, alargamento de pontes, passagens de fauna e atendimento à fauna silvestre, seguindo as diretrizes do programa estadual Estrada Viva.
Com o leilão, Mato Grosso do Sul avança na integração entre crescimento industrial e infraestrutura de transporte, consolidando-se como um polo logístico de relevância nacional.
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