Anderson Ramos/Capital News

Presidente Sérgio Longen da FIEMS ao lado do Governador Eduardo Riedel divulgando a agenda na Ásia
Diante do cenário de incertezas causado pela nova taxação de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros, Mato Grosso do Sul se antecipa. O governo do Estado e a Fiems (Federação das Indústrias de MS) anunciaram nesta quinta-feira (31) uma missão internacional à Ásia, com foco na atração de investimentos e na abertura de novos mercados para produtos sul-mato-grossenses.
A missão ocorrerá entre os dias 4 e 16 de agosto e terá agendas na Índia, Japão e Singapura. A comitiva reúne representantes do setor produtivo, do poder público e de instituições como o Sebrae.
“Temos que construir pontes comerciais. Entendo que nas reuniões que vamos ter com vários setores, mostraremos o que e de que forma estamos produzindo, além de buscar interessados a partir do que temos para ofertar nesse momento. Então, isso é de extrema importância”, destacou o presidente da Fiems, Sérgio Longen.
Apesar do impacto inicial da medida anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, Longen pontuou que dois dos três principais produtos exportados por MS para os EUA — celulose e ferro-gusa — ficaram de fora da taxação. Ainda assim, a diversificação de mercados é uma prioridade. “Vamos em busca de abrir novos mercados como a Índia, que é a terceira economia do planeta. Temos um grande mercado de proteínas, como a de frango e carne suína, assim como o Japão, para a carne de boi e de peixe”, acrescentou.
O governador Eduardo Riedel reforçou que a missão é estratégica e vai além da conjuntura com os EUA. “A escolha desses três mercados é absolutamente direcionada aos interesses de Mato Grosso do Sul. Os programas de parceria estão nesta agenda, em diversas situações, e tenho convicção de que voltamos de lá mais amadurecidos em relação ao posicionamento estratégico do Estado, com novas oportunidades e possibilidades”, afirmou.
Entre os temas da missão também está a mobilização internacional em torno da Rota Bioceânica, considerada essencial para ampliar a competitividade logística de MS. “Queremos também atrair investimentos privados para o Estado. A Rota Bioceânica vai nos dar competitividade no mercado da Ásia”, reforçou Riedel.
Na avaliação do diretor de Relações Internacionais da Fiems, Aurélio Rocha, o Estado vive um momento de transformação econômica. “Mato Grosso do Sul está buscando o reposicionamento global, vários investimentos estão ocorrendo aqui e está na hora de mostrarmos isso para o mundo todo”, afirmou.
Também participam da missão representantes do Sebrae. Para Maurício Saito, presidente do Conselho Deliberativo Estadual da instituição, o momento é promissor para empresas de todos os portes. “Há chance de fomentar várias regiões do Estado através das micro e pequenas empresas que vão atender os grandes complexos industriais”, completou.