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Família Imperial
A Proclamação da República, celebrada neste sábado (15), é um marco decisivo da história brasileira. Para compreender o significado da data, é preciso lembrar que o termo “República” vem da expressão romana res publica, que significa “coisa pública” — uma forma de organização política voltada ao bem comum e à participação dos cidadãos.
No Brasil, essa mudança ocorreu em 15 de novembro de 1889, quando Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República no Rio de Janeiro.
Mesmo não tendo participado do movimento de 1889, Tiradentes se tornou símbolo central da República, especialmente após a queda da monarquia.
Os republicanos reinterpretaram sua atuação na Inconfidência Mineira e o elevaram ao posto de herói nacional. “A República precisava de uma figura que representasse luta, sacrifício e liberdade, e Tiradentes assumiu esse papel”, explica o professor Ricardo Barros, mestre em Educação e graduado em História pela USP.
Pinacoteca Municipal de São Paulo
Proclamação da República. Óleo sobre tela de Benedito Calixto (1893)
O professor lembra que a Proclamação teve forte caráter militar. “A proclamação da República adquiriu feições de um golpe”, afirma. Embora inicialmente defensor da monarquia, Deodoro foi influenciado por republicanos como Benjamin Constant.
Naquele 15 de novembro, o povo assistiu aos acontecimentos “bestializado”, expressão usada pelo político Aristides Lobo para retratar o distanciamento popular do processo.
Ao assumir a Presidência, Deodoro governou por pouco mais de dez meses. Já Tiradentes, morto em 1792, foi canonizado simbolicamente pela República: feriado nacional, estátuas, homenagens e sua imagem representada como mártir reforçaram sua ligação com o novo regime. Foi um movimento estratégico para criar identidade nacional e legitimar a nova ordem política.
Hoje, ao completar mais um aniversário da Proclamação, a data reforça a importância da democracia e da participação popular na construção do país. “A República é entendida como a possibilidade de participação dos cidadãos, por meio do voto e da escolha de seus representantes”, destaca Ricardo Barros. Neste sábado (15), o Brasil celebra não apenas a mudança de regime, mas a continuidade de princípios que moldam sua vida política.
Reprodução/EBC
Dom Pedro I na proclamação da Independência do Brasil
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