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Rural Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025, 16:53 - A | A

Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025, 16h:53 - A | A

Senar/MS

Produtores de Mato Grosso do Sul atingem 71% de conformidade em práticas ESG

Avanços incluem preservação de nascentes, gestão sustentável e fortalecimento social no campo

Elaine Oliveira
Capital News

A Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) com foco em ESG (Environmental, Social and Governance), desenvolvida pelo Senar/MS, vem promovendo avanços consistentes na adoção de práticas sustentáveis no campo. Em 2024, as propriedades atendidas atingiram 71% de conformidade nos requisitos avaliados, reflexo da incorporação estruturada de ações ambientais, sociais e de governança.

“Esse resultado demonstra que o produtor rural de Mato Grosso do Sul está compreendendo a importância do ESG e incorporando essas práticas de forma estruturada e contínua. É uma agenda que agrega valor à propriedade, contribui para o desenvolvimento do estado e beneficia toda a sociedade com ganhos ambientais”, afirma o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan.

O levantamento foi feito a partir de questionário aplicado em 2.718 propriedades de diversas cadeias produtivas, avaliando desde o uso de equipamentos de proteção individual e treinamentos até a destinação correta de resíduos e regularização ambiental, segundo as informações da Famasul.

Entre as ações de maior impacto está o programa Proteção de Nascentes, voltado à segurança hídrica e preservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Desde 2020, já foram identificadas e recuperadas 2.233 nascentes em 68 municípios, com medidas como cercamento, limpeza, controle de erosão e reflorestamento. Em 2024, o índice de conservação chegou a 70%, frente a 64% no ano anterior.

O trabalho é estruturado em três pilares:

Ambiental: manejo sustentável, gestão eficiente das propriedades, diagnóstico e proteção de nascentes, educação agroambiental e participação na formulação de políticas públicas.

Social: oferta contínua de cursos, programas de saúde no campo, inclusão produtiva, fortalecimento da sucessão familiar e o Projeto Agrinho, que leva cidadania e consciência ambiental às escolas.

Governança: representação técnica em conselhos e fóruns, elaboração de pareceres, transparência institucional, apoio a políticas públicas e capacitação constante das equipes.

Segundo Galvan, o ESG valoriza práticas já enraizadas no campo. “O setor já é sustentável. Precisamos mostrar isso para a sociedade e, com tecnologia e gestão, transformar esse reconhecimento em ganhos produtivos, sociais e de mercado”, reforça.

Para os próximos anos, temas como rastreabilidade, descarbonização, uso eficiente da água e valorização de boas práticas devem ganhar relevância, especialmente com a COP 30, em novembro, que terá foco na mudança climática e soluções de mitigação e adaptação. O Senar/MS e a Famasul afirmam que o objetivo é garantir competitividade ao produtor, sem aumento de custos ou insegurança jurídica, transformando a sustentabilidade em um diferencial positivo para a produção rural brasileira.

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