Produzir milho 2ª safra em Mato Grosso do Sul custa mais do que a produtividade média esperada, segundo levantamento divulgado pela Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja/MS). Para a safra 2024/2025, o estudo aponta que o custo para cultivar um hectare de milho em sistema solteiro ultrapassou R$ 4.700, o que equivale a 89,49 sacas por hectare, enquanto a produtividade média foi estimada em 81 sacas/ha.
Os dados foram calculados com base no preço médio de R$ 50 por saca de 60 quilos, e incluem todas as despesas fixas e variáveis da atividade, como insumos, assistência técnica, transporte, armazenagem, depreciação de máquinas, juros e remuneração do capital.
Os fertilizantes representam a maior fatia do custo, com 41,8%, ou 24,2 sacas/ha, seguidos por sementes (27,3%), equivalentes a 15,8 sacas, e inseticidas (9,8%), que somam 5,7 sacas por hectare.
Nas áreas onde o milho é cultivado em rotação com soja, o custo cai para R$ 3.278,83 por hectare, ou 65,58 sacas, com fertilizantes e sementes respondendo por 70% do custo total — aproximadamente 40 sacas/ha.
“A cada safra vemos margens de lucro cada vez mais apertadas e isso exige do produtor rural uma capacidade de planejamento, gestão e tomada de decisões muito eficientes. Com nosso estudo, comprovamos o que é de conhecimento da maioria dos agricultores: a produção do milho em rotação com soja é mais vantajosa economicamente. Neste modelo, o lucro é de 15,42 sacas, enquanto no sistema solteiro, o custo em saca por hectare ultrapassa a estimativa média de produtividade”, afirmou o economista da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes.
A entidade ressalta que os valores refletem médias estaduais, e que a elaboração de um custo de produção individualizado depende das características específicas de cada propriedade.