No coração do Brasil, os agricultores sul-mato-grossenses movem a economia, alimentam milhões de pessoas e posicionam Mato Grosso do Sul entre os gigantes do agronegócio mundial. Em 2024, o setor agrícola estadual atingiu um marco histórico: mais de R$ 42 bilhões em valor bruto da produção (VBP), o que corresponde a 64% da riqueza gerada pelo agro no estado.
Esse desempenho expressivo ultrapassa fronteiras. Só no primeiro semestre de 2025, mais de 3,7 milhões de toneladas de soja e 132 mil toneladas de milho saíram dos campos sul-mato-grossenses rumo a destinos estratégicos como China, Bangladesh, Irã, Egito e Argentina, movimentando cerca de US$ 1,5 bilhão, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
A rotina do produtor rural Leôncio de Souza Brito Neto, de Bonito, representa bem a realidade de milhares de agricultores do estado.
“Quando você vê uma safra sendo colhida e o resultado vem sendo bom, é muito gratificante. Quando é o contrário, tem um período de luto ali, mas a gente segue em frente. O prazer é o dia a dia, é rodar a lavoura, ver o desenvolvimento de uma cultura”, afirma.
Além da soja e do milho, o estado também se destaca na cadeia da cana-de-açúcar, com mais de 690 mil hectares plantados. As exportações do setor somaram US$ 139,8 milhões, sendo que o açúcar bruto respondeu por 92% desse valor, com a Indonésia e Bangladesh como os principais compradores.
Para o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, o desempenho da agricultura sul-mato-grossense é resultado direto do empenho dos produtores:
“Temos assistido à modernização das propriedades, à diversificação de culturas e à abertura de novas áreas. Esse avanço é resultado do agricultor que investe em capacitação e tecnologia.”
Os números do projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS em parceria com o Governo do Estado, reforçam esse crescimento. Em dez anos, a área plantada com soja cresceu 80%, passando de 2,5 para 4,5 milhões de hectares. Já o milho expandiu de 1,7 para 2,1 milhões de hectares, com uma previsão de 10,2 milhões de toneladas colhidas na segunda safra de 2025, crescimento de 20% em relação ao ciclo anterior.
Outro destaque é a fruticultura, em especial o setor de citrus, que hoje ocupa 15 mil hectares e deve dobrar de tamanho nos próximos anos, aproveitando o solo fértil e o clima favorável de Mato Grosso do Sul.
Para Jorge Michelc, presidente da Aprosoja/MS, o avanço do agro no estado passa por uma gestão mais técnica e profissional:
“Nossos produtores tratam suas fazendas como empresas. Investem em pesquisa, genética e sustentabilidade. Isso torna Mato Grosso do Sul mais competitivo dentro e fora do país.”
Apesar dos desafios, a motivação dos produtores permanece firme. Leôncio, que cresceu no campo, conclui com orgulho:
“A gente é abençoado porque produz alimento para o mundo. Essa é a nossa missão. Não é fácil, mas é gratificante demais saber que o que colhemos aqui chega a outras partes do planeta. Isso dá sentido a tudo.”
Neste 25 de julho, Dia do Agricultor, Mato Grosso do Sul homenageia os homens e mulheres que fazem da terra sua vida e da produção de alimentos sua missão. Com trabalho, resiliência e amor pelo campo, eles seguem alimentando o Brasil — e o mundo.