O Ministério da Agricultura e Pecuária está apurando três novos casos suspeitos da Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, com foco na Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e na Doença de Newcastle, em galinhas nos municípios de Sabará (MG), Salitre (CE) e Aguiarnópolis (TO). Até o momento, os resultados laboratoriais ainda não foram concluídos.
De acordo com o Ministério, as investigações fazem parte do sistema de vigilância sanitária que monitora permanentemente a saúde das aves no território nacional. Entre 18 de abril e 17 de maio, foram realizadas 59 investigações, das quais 16 foram classificadas como prováveis, exigindo coleta obrigatória de amostras para confirmação laboratorial.
Neste mesmo período, duas investigações tiveram resultado positivo para o vírus da IAAP, mas não foi detectado o vírus da Doença de Newcastle em nenhuma das amostras.
O cenário se agravou com a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial brasileira, localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul, região metropolitana de Porto Alegre. Segundo o Ministério, “esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil”.
Em resposta, o governo federal declarou emergência zoossanitária por 60 dias no município, com controle sanitário dentro de um raio de 10 quilômetros ao redor da granja. A medida se soma à portaria já em vigor desde abril, que estabelece o estado de emergência em todo o território nacional por 180 dias, após a detecção do vírus em aves silvestres.
Com a confirmação do foco, as exportações brasileiras de carne de aves e subprodutos foram suspensas para países como China, União Europeia, Argentina, Uruguai e Chile. A tendência é que Coreia do Sul, México, África do Sul e Rússia também interrompam temporariamente as compras.
Apesar das medidas de contenção, o Ministério reforça que não há risco à saúde da população. “Carnes de frango e ovos comercializados legalmente no país seguem padrões rigorosos de controle sanitário”, informou o órgão em nota. O consumo de produtos avícolas continua seguro, desde que sejam provenientes de fontes inspecionadas e preparados corretamente.
O Ministério da Agricultura segue realizando as ações de vigilância e contenção, com apoio dos serviços veterinários estaduais, buscando proteger a avicultura brasileira, uma das mais relevantes do mundo em volume de produção e exportação.