Teve início nesta quinta-feira (22) o período de 28 dias de vazio sanitário na granja de Montenegro (RS), onde foi confirmado o primeiro caso de gripe aviária (IAAP) em uma granja comercial no Brasil. A medida segue o Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e protocolos internacionais.
Durante o vazio sanitário, nenhuma atividade avícola pode ser realizada no local. O objetivo é garantir a eliminação total do vírus H5N1, com base em dois ciclos de incubação de 14 dias. Caso não ocorram novos casos nesse intervalo, o país poderá autodeclarar a região livre da doença e negociar a retomada das exportações com os países importadores.
Segundo o Mapa, o processo de limpeza e desinfecção foi concluído nesta quarta-feira (21), abrangendo todas as estruturas da granja, incluindo galpões, máquinas, escritórios e lavanderias. Ao todo, 540 propriedades foram inspecionadas no raio de 10 km da granja, das quais duas também atuam com avicultura comercial.
Reação do mercado internacional
O caso gerou impactos imediatos nas exportações brasileiras de carne de frango. Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão adotaram restrições regionalizadas, permitindo a importação de carne brasileira exceto a proveniente do Rio Grande do Sul.
Arábia Saudita, por outro lado, ampliou sua restrição, que antes valia apenas para o município de Montenegro, para todo o estado gaúcho. Já Turquia e Emirados Árabes Unidos, que ainda mantinham a importação, passaram a restringir as compras — os Emirados limitaram ao município afetado, enquanto a Turquia suspendeu totalmente as importações do estado.