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Mato Grosso do Sul

Unidade experimental da Rota Bioceânica é implantada em Porto Murtinho

Projeto fortalece práticas agrícolas sustentáveis e integração com o Paraguai

Elaine Oliveira
Capital News

O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Fundect, em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), implantou uma Unidade Experimental da Rota Bioceânica em Porto Murtinho. A iniciativa visa à pesquisa aplicada, à promoção de práticas agrícolas sustentáveis e ao intercâmbio tecnológico com instituições paraguaias.

Instalada na Fazenda Yndiana — área cedida por um produtor rural local —, a unidade se consolida como polo de inovação agrícola e integração transfronteiriça. A apresentação oficial do projeto ocorreu no último sábado (16), durante o Dia de Campo realizado na propriedade, localizada a cerca de 40 quilômetros do município.

O evento reuniu autoridades, pesquisadores, produtores e instituições parceiras para apresentação dos primeiros resultados e discussão de metas futuras. A proposta está inserida no contexto da Rota Bioceânica, corredor de desenvolvimento que conecta o Brasil ao Oceano Pacífico, passando por Paraguai, Argentina e Chile. 

Divulgação/Semadesc

Unidade experimental da Rota Bioceânica é implantada em Porto Murtinho

Coordenação da Unidade Experimental da Rota Bioceânica está a cargo do professor Ricardo Gava

Representando o Governo do Estado, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, celebrou o avanço da iniciativa. “É uma grata satisfação ver o primeiro ano de resultados deste projeto. A unidade experimental é um marco na estratégia estadual para o desenvolvimento sustentável ao longo da Rota Bioceânica”, afirmou.

Também estiveram presentes a reitora da UFMS, Camila Celeste Brandão Ferreira Itavo, os professores Fabrício Frazilio e Marcelo Turine, o deputado estadual Paulo Corrêa, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, além de vereadores, secretários municipais e representantes do setor produtivo e da comunidade.

Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, Porto Murtinho foi escolhido estrategicamente por estar no eixo central da rota. O objetivo, segundo ele, é impulsionar o agronegócio e a agricultura familiar em áreas fora do bioma Pantanal, como Jardim, Alto Caracol e o próprio Porto Murtinho, priorizando a sustentabilidade.

“Nós queremos testar novas culturas, como o algodão, que já se desenvolve bem no Chaco Paraguaio, além de avaliar novas variedades de pastagens para intensificar a pecuária da região. É a ciência e a tecnologia trabalhando para identificar quais modelos agrícolas e pecuários são mais adequados para promover o desenvolvimento local”, explicou Verruck.

Ele ressaltou que a Rota Bioceânica não deve ser vista apenas como um corredor logístico, mas como um verdadeiro vetor de desenvolvimento. “Essa é a primeira grande iniciativa financiada pelo Estado para identificar as vocações agropecuárias locais, e os primeiros resultados já começam a aparecer”, destacou.

A coordenação da Unidade Experimental está a cargo do professor Ricardo Gava, responsável pelos estudos e articulações que buscam transformar a Fazenda Yndiana em um centro de inovação produtiva. Durante o evento, uma linha do tempo com as principais ações do projeto desde 2022 foi apresentada, incluindo reuniões e visitas técnicas no Brasil e no Paraguai.

As atividades têm fortalecido a cooperação binacional e promovido soluções técnicas adaptadas à realidade da região de fronteira, com foco em sustentabilidade e integração produtiva.

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