Hoje (25) acontece o Circuito Syngenta de Viola Instrumental, às 20h, no Teatro Aracy Balabanian do Centro Cultural José Octávio Guizzo. No evento haverá apresentações dos violeiros Levi Ramiro, Júlio Santin e Milton Araújo. A entrada é gratuita e 300 ingressos serão distribuídos na bilheteria do teatro a partir das 19h.
De uma porunga grande saem duas violas, muitas notas e sons que trilham causos, remetem às folias, ao cheiro de mato e de chão batido, ao homem do campo e à essência da cultura popular brasileira. Mestre na arte do “fazer”, do “tocar” e do “contar”, o artesão e violeiro Levi Ramiro será o anfitrião do Circuito Syngenta de Viola Instrumental em Campo Grande e com ele, dois convidados ilustres e também mestres da viola: Júlio Santin e Milton Araújo. Entre uma moda e outra, o público vai apreciar algumas histórias de grandes sertões e veredas.
Campo Grande será a quinta cidade a receber o Circuito Syngenta de Viola Instrumental, que já passou por Vitória (ES), Paulínia (SP), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) e ainda vai percorrer mais seis municípios, entre setembro e novembro de 2009, sempre reunindo grandes nomes do gênero, a convite de Levi Ramiro. Para esta quinta edição, o artesão e violeiro promete alguns clássicos como Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira) e Malandrinho (Tião Carreiro), além de suas próprias composições: Barroquinha, Sete Cores e Vaquejada. “Este será um show de música instrumental mais descontraído, menos formal, uma verdadeira prosa de viola”, diz Levi Ramiro. O formato mescla música e prosa, com Ramiro como anfitrião, fazendo a “ponte” entre os violeiros e a platéia, através de “causos” e histórias pitorescas envolvendo a música regionalista de raiz. “Falaremos sobre a história de algumas músicas e a ligação do artista com sua terra”, explica o violeiro.
A cultura de Mato Grosso do Sul ganhará traduções a partir do som da viola de Milton Araújo, que passeia pelos ritmos rasqueado, polca, chamamé e por canções tradicionais, folclóricas e de domínio público do estado, de onde sua família origina. Araújo é sobrinho da grande dama da viola, Helena Meirelles. Além de ter sido baixista e diretor musical do primeiro CD de Heena, lançado pelo selo Eldorado e Sony Music, Araújo tocou ao lado da tia por nove anos. É especialista na afinação rio abaixo, uma tradição familiar que já passou por várias gerações. Aprendeu com Helena e o irmão dela, Álvaro Pereira, a usar palhetas e dedeiras feitas de chifre de boi e com uma simpatia, que é seguida à risca. “A lenda diz que para atingir uma melhor musicalidade, ambas deveriam ser feitas na sexta-feira santa e debaixo de uma figueira. Eu mesmo faço as minhas palhetas todos os anos, segundo esta simpatia”, revela Araújo, que está empolgado com a sua primeira apresentação em Campo Grande. “Este show tem uma grande simbologia para mim, por conta de minhas raízes que estão nesta terra, tão rica na cultura da viola”, complementa. Um dos pontos altos de seu show será a reprodução, na viola rio abaixo, dos cantos dos pássaros como araponga, seriema, guaxo, pássaro campana e pássaro tiuí.
Júlio Santin também tem laços com o Estado. Além de violeiro, é médico formado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Santin participou do 1º Prêmio Syngenta de Viola Instrumental, ocorrido em 2004. Sua música “Irapuru” abre o CD do festival. A faixa integra o repertório do show no dia 25, bem como algumas canções de seu mais recente trabalho, Sentimento Matuto, que traz algumas parcerias com Levi Ramiro. A cumplicidade promete reinar no palco, tendo como ícone, a viola. O espetáculo será finalizado em grande estilo, com os três violeiros no palco, apresentando clássicos do gênero.
Mais informações podem ser obtidas no endereço: http://www.circuitosyngentadeviola.com.br.
O Centro Cultural José Octávio Guizzo, fica na Rua 26 de Agosto, 453. (Com assessoria)?
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