Campo Grande 00:00:00 Domingo, 27 de Julho de 2025


Nacional Domingo, 27 de Julho de 2025, 09:45 - A | A

Domingo, 27 de Julho de 2025, 09h:45 - A | A

Indicadores econômicos

Satisfação com finanças da indústria piora no segundo trimestre de 2025, aponta CNI

Queda no índice de satisfação reflete dificuldades com crédito e lucro operacional; empresários industriais apontam juros altos e carga tributária como principais entraves

Brasil 61
Janaína Michalskì

 O índice de satisfação dos empresários com as finanças dos negócios caiu 0,4 ponto, no segundo trimestre de 2025: passou de 48,8 pontos para 48,4 pontos. O número é da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (18). De acordo com a CNI, mais distante da linha de 50 pontos, o indicador aponta maior insatisfação dos industriais em relação ao primeiro trimestre.

No mesmo período, o índice de satisfação com o lucro operacional recuou 1 ponto: foi de 43,8 para 42,8 pontos, indicando aprofundamento da insatisfação dos empresários. De forma semelhante, o índice de facilidade de acesso ao crédito foi para 39,9 pontos, registrando diminuição de 0,5 ponto. O resultado sugere maior dificuldade para a indústria obter financiamento.

Conforme Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, a piora das condições financeiras das empresas reflete a desaceleração da economia e os juros altos. “Essa combinação prejudica o faturamento e aumenta alguns custos para a indústria, o que faz com que os empresários sintam um aperto financeiro cada vez maior”, avaliou.

Entre as causas da insatisfação, os empresários apresentaram três principais fatores: alta carga tributária, com 36,7%; taxas de juros elevadas, com 29,5%; e demanda interna insuficiente, com 28,3%.

Segundo Azevedo, a combinação dos fatores reduz o faturamento, aumenta os custos e gera impacto sobre os investimentos. O padrão, já observado anteriormente, é motivo de preocupação.

“Outras pesquisas da CNI já mostram que os recursos próprios são a maior fonte de investimentos das empresas brasileiras e, com esse aperto das condições financeiras, os investimentos acabam sendo comprometidos. No limite, com o agravamento dessa dificuldade financeira, isso pode chegar a comprometer o capital de giro e ocasionar o fechamento da própria empresa em situações mais extremas”, afirmou.

A sondagem mostra ainda que todos os índices de expectativa da indústria registraram queda em julho. O índice de exportação recuou 0,8 ponto; os de demanda e de compras de insumos e matérias-primas caíram 0,2 ponto; e o de número de empregados, 0,1 ponto. Apesar das retrações, os indicadores seguem em campo positivo, o que indica que os empresários ainda mantêm expectativas de crescimento nas exportações, na demanda, nas aquisições de insumos e no nível de emprego para os próximos seis meses.

Peso da taxa de juros

Para André Galhardo, economista-chefe da consultoria Análise Econômica, a perda de confiança da indústria brasileira se dá, sobretudo, pela taxa de juros. “O Brasil tem uma das mais altas taxas reais de juros do mundo, isso acaba impactando a capacidade da indústria e também alguns segmentos do comércio varejista. Não por acaso, o aumento da taxa de juros foi uma das principais explicações para o número expressivo de pedidos de recuperação judicial em 2023 e em 2024”, disse o economista.

Contudo, Galhardo destaca que, mesmo diante da percepção de que a economia poderá desacelerar no segundo semestre, ao analisar a Sondagem da CNI junto com o nível de utilização da capacidade instalada medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o setor industrial demonstra resiliência.

“A utilização da capacidade instalada mostrou o nível mais alto desde o começo de 2011. A pesquisa da FGV também mostra uma perda de confiança do empresário industrial. Mas, por outro lado, com mais uso do maquinário, com mais pessoas empregadas. Então, o nível de confiança está caindo, mas ainda não sabemos a extensão. Diante dessas incertezas, a indústria emite sinais ambíguos, uma queda no nível de confiança, mas uma resiliência relativa, empurrada principalmente pelo bom desempenho do mercado de trabalho”, explica.

Para esta edição da Sondagem Industrial, a CNI consultou 1.486 empresas: 607 de pequeno porte; 529 de médio porte; e 350 de grande porte, entre 1º e 10 de julho de 2025.

Disponível em: brasil61.com


 • • • • •

 • REDES SOCIAIS •

Perfis
Facebook • @CapitalNews
Twitter • @CapitalNews
Instagram • @CapitalNews
 Google News • Capital News

Threads • @CapitalNews
TikTok • @capitalnews.com.br
Bluesky • @capitalnews.bsky.social
 YouTube • @CapitalNEWScombr
LinkedIn • Capital News
Telegram • @CapitalNews

Canal no WhatsApp
Capital News

• • • • •

Grupos no Facebook
• Notícias de Campo Grande e do Mato Grosso Do Sul
• Concursos em Campo Grande e Mato Grosso do Sul
• Emprego & Oportunidades - Campo Grande e Mato Grosso do Sul
• Esporte MS
• Plantão Policial MS

Canais no Telegram
• Notícias de Campo Grande e do Mato Grosso Do Sul
• Emprego & Oportunidades
• Concursos

• • • • •

REPORTAR NEWS
Whatsapp • 6730424141
Telegram • @ReportarNews

 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS