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Cultura e Entretenimento Domingo, 13 de Dezembro de 2009, 09:06 - A | A

Domingo, 13 de Dezembro de 2009, 09h:06 - A | A

MS conhece modelo de gestão de artesanato colombiano

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A missão técnica Brasil Central a cidade de Bogotá, formada por dirigentes e técnicos das unidades do Sebrae nos estados de MS, MT, GO e DF, visitou a Colômbia nos dias 7 a 11 de dezembro, para conhecer como é tratado o artesanato naquele país. “Queremos que os artesãos tenham maior projeção, mais fácil acesso ao sistema financeiro e possibilidades de mercado para venderem seus produtos”, resumiu Manuel José Moreno Bociner, da Subgerência de Desenvolvimento de Artesanias de Colômbia, aos participantes da missão.

Artesanías de Colômbia também atua com o programa de propriedade intelectual para proteger o patrimônio artesanal colombiano e o de matéria prima que identifica a dimensão desse recurso e a forma mais adequada de extração e exploração para evitar prejuízos à natureza. A instituição ainda mantém um convênio com o Ministério da Educação que dá formação específica aos artesãos.

Segundo Bociner, o trabalho de desenvolvimento do artesanato iniciou com o levantamento de informações sobre a atuação dos artesãos. A partir daí foram estruturados programas para fortalecer o setor, estabelecendo estratégias para que o consumidor entenda a importância do setor em todo o país.

Para Valdir Souza Ferreira, conselheiro do Sebrae em Mato Grosso do Sul, a qualidade dos programas dirigidos ao setor demonstra a seriedade com que é feita a classificação dos produtos artesanais, com critérios rígidos de seleção em um processo sem interferência política e que tem sido construído ao longo de oito anos. “Vejo também a importância da inovação com o uso de novos materiais e possibilidades de experimentação, sem perder as características essenciais do artesanato do país”, ressalta.

Como experiência única no mundo, o representante de Artesanias de Colômbia destaca a criação do selo de qualidade dos produtos feitos à mão, que certifica o produto artesanal através do Instituto Colombiano de Normas Técnicas. Hoje já são mil artesãos certificados, dois mil em processo de certificação em 60 mil artesãos cadastrados no país.

Na opinião da diretora do Sebrae/MS, Maristela França, o que chama a atenção é o número e a qualificação das pessoas disponíveis para atuar estrategicamente com o artesanato, pois a Artesanias de Colômbia conta com um grupo de 77 funcionários e cerca de 200 terceirizados. “Não podemos também ser imediatistas, pois o trabalho com artesanato na Colômbia tem uma história de 40 anos e cerca de 10 anos de política pública que direciona as ações”, conclui.

Expoartesanías
A Feira Expoartesanías, que reúne artesanato de vários países, também estava no roteiro da Missão Técnica. Segundo a especialista em design e curadora da Feira, Olga Quintana, o evento busca produtos com forte identidade de cada país e todos os produtos expostos na Feira passam por um processo de seleção baseado em critérios definidos pela organização há oito anos.

“Mesmo depois de tantos anos de trabalho, ainda é difícil que o artesão entenda que a sua produção necessita atender a todos os critérios para ser realmente considerado artesanato”, diz a especialista. Todo o processo desenvolvido tem o objetivo de sensibilizar e formar o artesão para que ele perceba que é fundamental melhorar sempre o seu produto para agregar valor a partir da qualidade, preço, embalagem, etc. Para ela, também é complexo distinguir certos produtos em termos de artesanato, manualidades (produtos manuais) e arte.

O método de seleção da Expoartesanias engloba identidade, design, técnica, preço, imagem corporativa e exibição dos produtos. Esses critérios são discriminados em vários itens como a criação de linhas e novas coleções de produtos a cada feira, funcionalidade, novas propostas de uso, pesquisa, experimentação, cor, nível de intervenção e uso adequado da matéria prima, complexidade da peça e domínio do ofício, entre outros.

Certificação para produtos brasileiros

O projeto “Selo de Qualidade Feito à Mão”, que diferencia os produtos realmente artesanais dos industriais, foi apresentado aos componentes da Missão. Segundo a designer industrial e coordenadora do Projeto Selo de Qualidade de Artesanias de Colômbia, Leila Marcela Molina Caro, é preciso proteger o artesanato, pois há grandes indústrias no país que copiam peças artesanais e as vendem pela quinta parte do preço.
Ela também explica que é preciso normalizar os processos e produtos para garantir um padrão de tamanho, formas, cores e outros itens para um mercado exigente e que consome em grande quantidade. “Devemos garantir as medidas corretas de uma bolsa ou um chapéu, por exemplo, para atender a encomendas de países europeus”, frisa.

Para o diretor do Sebrae Goiás, Carlos Alberto Guimarães, a produção artesanal brasileira poderá aprender muito com a experiência colombiana, especialmente nas áreas de capacitação e certificação. Já a diretora do Sebrae no Distrito Federal, Maria Eulália Franco acredita que é possível construir um modelo brasileiro a partir da troca de experiências com os profissionais da Colômbia.

Exposição e Acesso a Mercado

Até o dia 20 de dezembro o artesanato de Mato Grosso do Sul estará em exposição e comercialização na maior Feira do setor no mundo, a Expoartesanías. Os trabalhos feitos a partir de matérias-primas sul-mato-grossenses e as técnicas desenvolvidas pelos grupos produtivos locais dividem espaço com o artesanato de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, no estande Brasil Central, que apresenta a beleza e a diversidade da região Centro-Oeste brasileira. (Com informações da Assessoria)

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