Josivaldo Delfino, cacique da comunidade Inamati-Kaxe, em Campo Grande, nunca imaginou ter água limpa e tratada em casa, tampouco uma rede de esgoto disponível. Vindo da terra indígena de Taunay-Ipegue, em Aquidauana, ele é parte da comunidade Novo Dia, que há quase 10 anos ocupa uma área ao lado do bairro Santa Mônica, na Capital.
A região, carente de infraestrutura urbana, foi recentemente beneficiada pelo programa Campo Grande Saneada, executado pela concessionária Águas Guariroba, que visa implantar mais de 150 km de rede de esgoto na cidade. As comunidades indígenas, incluindo Novo Dia, estão entre as prioridades do programa.
O cacique Josivaldo celebra o avanço das obras, destacando a dignidade e esperança que o saneamento básico traz para a comunidade. Cerca de 130 famílias, totalizando 250 pessoas, agora desfrutam de água de qualidade e da rede de esgoto, algo impensável antes. Ele ressalta a importância da preservação do meio ambiente e como o acesso a esses serviços representa uma política de saúde para os povos indígenas.
Segundo dados do IBGE, Campo Grande abriga quase 6 mil indígenas de diferentes etnias vivendo em aldeias urbanas. A chegada do esgoto nas comunidades é vista como uma ação que pode salvar vidas, pois contribui para diminuir as doenças que podem afetar especialmente as crianças.
As obras do Campo Grande Saneada seguem o cronograma da Águas Guariroba e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), visando alcançar mais de dez bairros. Áreas como Nova Lima, North Park, Lageado, Santa Mônica, Los Angeles e Azaleia já foram beneficiadas.
Themis de Oliveira, diretor-presidente da Águas Guariroba, destaca o compromisso da empresa em levar saneamento para todas as regiões da cidade, respeitando a sociedade e o meio ambiente.
Além do saneamento básico, projetos relacionados à educação, formação profissional, recreação e assistência social são desenvolvidos em diálogo com as lideranças locais, visando atender às principais demandas e necessidades da comunidade.
“Nós temos vários projetos. Estamos em constante diálogo com as lideranças das comunidades para colaborar com o que for preciso, respeitando a identidade e cultura local”, explica a coordenadora de responsabilidade social da Águas Guariroba, Bia Rodrigues.
O cacique Josivaldo reforça que os serviços representam valorização e esperança. “A gente fica muito feliz e se sente valorizado, porque muitas vezes essas coisas não chegam até nós, não temos acesso, mas com esses serviços, a gente acaba conhecendo as pessoas, entendendo como funcionam algumas coisas e melhorando nossa vida”, finaliza.