O Hemocentro de Nova Andradina deixou de recolher apenas nestas duas primeiras semanas de outubro aproximadamente duzentas doações, em razão da paralisação dos trabalhos motivada pela falta de médico e enfermeiro na unidade de Saúde pertencente ao Governo do Estado. Considerando-se que cada pessoa pode doar de 300ml a 450ml de sangue a cada dois meses (homem) e três meses (mulher), isso já pode representar no mínimo 60 litros de sangue a menos para atender as necessidades das unidades hospitalares do município e da região – prejuízo que pode chegar aos 90 litros. Já os danos para a Rede de Saúde são imensuráveis.
A paralisação no atendimento aos doadores teve início no dia 03, de acordo com informação dos diretores do Núcleo Homoterápico, Osmar Monteiro de Faria, Administrativo; e Valmir Vasques Loureiro, Técnico. Segundo eles, a medida foi tomada depois de dois voluntários apresentarem “reação vagal” após a coleta, com desmaio e queda brusca de pressão arterial e provável início de convulsão, sendo socorridos no atendimento precário de que dispunha o Hemocentro, visto que não possui médico e enfermeiro nem para fazer a triagem nem coleta, serviços para os quais estes profissionais são imprescindíveis.
1Os responsáveis pelo núcleo ressaltam que a falta de médico e enfermeiro pode acarretar punições por parte da Vigilância Sanitária e até mesmo sanções por parte da Anvisa, podendo chegar ainda ao fechamento definitivo do Hemonúcleo.
CÂMARA – Os diretores do Hemonúcleo vinham contando com parceria com a Câmara Municipal para tentar solucionar as deficiências no atendimento, em especial com a colaboração do vereador Rogério de Souza (PR), que chegou a articular uma proposta de Programa de Estágio a ser desenvolvido em conjunto com o Curso de Enfermagem do Cena (Centro de Educação Profissional de Nova Andradina), aproveitando o estágio curricular que tinha início programado para o dia 08, cinco dias após o início da paralisação que se mantém até agora. Contudo, todo o empenho ficou perdido pelo risco revelado nos incidentes ocorridos com doadores, que poderiam talvez ser evitados não fosse a falta dos profissionais especializados necessários para o atendimento.
O vereador Rogério de Souza está tentando junto ao Executivo estadual reverter a situação e garantir a contratação ou transferência de servidores para preencher o quadro do Hemocentro. Sendo que, para isso, pediu apoio do deputado estadual Londres Machado, principal líder do seu partido. “A solução do problema depende de uma posição do Governo do Estado e frente a isso a experiência e o livre trânsito do deputado Londres podem colaborar muito”, justificou o vereador. Porém, até o momento não há informação de resposta por parte de Campo Grande.
Campo Grande 00:00:00 Terça-feira, 08 de Julho de 2025
