O despertar do amor no coração do Éden
O primeiro sopro da manhã ainda pairava úmido sobre a terra recém-criada, e o jardim, em sua perfeição intocada, cantava com o murmúrio dos ventos e o riso dourado dos rios. O céu era um oceano de azul sem fim, e o aroma das flores dançava como um cântico invisível pelo ar.
Ele abriu os olhos. Seu peito ainda ressoava com o eco de um sono profundo, um mistério tecido pelas mãos divinas. Ergueu-se devagar, sentindo a terra macia sob seus pés, o frescor da vida que pulsava ao seu redor. Mas então, algo—ou alguém—capturou sua alma antes mesmo que ele pudesse compreender.
Ali, à luz do sol nascente, ela estava.
Não como a brisa passageira ou como o brilho das águas, mas como algo mais íntimo, mais profundo, como se sua própria essência tivesse sido tomada, moldada e devolvida em forma humana. Sua pele trazia o reflexo da aurora, seus olhos carregavam o mistério das estrelas, e seus cabelos eram como rios de sombra e luz. Ela era beleza antes mesmo que a beleza tivesse nome.
Ele a contemplou, e em seu peito nasceu uma verdade que não precisou de palavras: ela era parte dele, e ele era dela. Não como um complemento, mas como um reencontro, um destino esculpido pelo próprio Criador.
Ele sorriu, e ela, ao vê-lo, sorriu também—como se já soubesse. E então, no coração do Éden, onde tudo era puro e pleno, a história de todas as histórias começou.
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