Dos 14 deputados federais bolsonaristas envolvidos no motim que ocupou a Mesa Diretora da Câmara e obstruiu os trabalhos da Casa no mês passado em defesa de anista para os condenados por tentativa de golpe de Estado, o sul-mato-grossense Marcos Pollon (PL) deve receber a maior punição. Ao saber da notícia, Pollon declarou que se sente privilegiado.
A Corregedoria da Câmara encaminhou nesta semana ao Conselho de Ética recomendação para que Pollon seja suspenso por quatro meses, sem direito a salário: um mês por ocupar a Mesa Diretora e mais três meses por ofensas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Os demais deputados devem pegar só um mês de suspensão, conforme a Corregedoria.
Conforme a coluna da Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o corregedor, deputado Diego Coronel (PSD-BA), cita no relatório que Pollon teria dito contra o presidente da Casa: "“A anistia está na conta da p… do Motta. Nós queremos colocar o povo para enfrentar o Alexandre de Moraes, mas nós não podemos peitar o bosta do Hugo Motta, um baixinho de 1,60m”. A ironia, segundo a coluna, é que o presidente da Câmara tem 1,80m.
'SER PUNIDO É PRIVILÉGIO'
Em nota enviada na sexta (19) à imprensa, Marcos Pollon disse se considerar um privilegiado. “Ser punido por defender o povo é privilégio de quem não é covarde. Se ocorrer eventual punição, é um certificado que em momentos de grave crise institucional, não me acovardei, não me omiti e não me vendi”, declarou o deputado, que nega ter cometido qualquer infração.
No comunicado da assessoria, Pollon lembra que em sua defesa apresentada na Câmara, ele fez um desafio ao presidente da Casa, Hugo Motta, pedindo que, em caso de aplicação de pena, a decisão seja impressa em papel linho couchê. “Eu vou fazer um quadro e por na sala da minha casa para que todas as vezes que meus filhos passarem por ali, terem a certeza de que em momento de crise o pai deles não se acovardou e não se omitiu”, destacou.
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